Iniciando a já tradicional série de entrevistas promovidas
pelo Jornal Nacional, com os candidatos à presidência da República, o
presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição compareceu, ontem (22), para
ser sabatinado por William Bonner e Renata Vasconcellos. Mesmo sabendo que
falava para mais de 40 milhões de telespectadores, Bolsonaro não trouxe nada de
novo que possa mudar os conceitos que os eleitores têm sobre ele. Falou para
sua bolha. Em face do curto espaço de tempo (40 minutos) e dada à estratégia do
entrevistado em omitir respostas conclusivas em adoção de evasivas, os
entrevistadores deram prioridade ao tema: urnas eletrônicas.
Perguntado se respeitará o resultado das eleições, sejam eles
quais forem, o candidato respondeu, repetidamente, que sim, que respeitará,
porém, com uma ressalva: “desde que sejam limpas e transparentes”. Não bastasse
essa condicionante, Jair Bolsonaro ainda enfatizou, insinuando que a lisura das
eleições deverá ser avaliada pela supervisão das Forças Armadas. Ou seja, em
que pese haver demonstrado, em falas anteriores, um apaziguamento quanto a esse
tema, o presidente insiste em duvidar do sistema eleitoral.
Quanto às demais perguntas; sobre seu deboche com relação às
vítimas de covid-19, quanto ao atraso na compra de vacinas no início da
pandemia, a respeito de seu alinhamento como “centrão” e sobre as várias
denúncias de corrupção no seu governo, o candidato respondeu a todas, quando
não com evasivas, com respostas que invertiam os valores do conteúdo. Mesmo
tendo, os entrevistadores, evitado em constrangê-lo com perguntas sobre as
famigeradas “rachadinhas”, Bolsonaro pisou na bola quando qualificou o
ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, como um “ministro padrão”. Sem
fugir à regra, é esse o padrão do entrevistado.
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