ODE

sábado, 20 de agosto de 2022

DELLANO, A POUSADA E AS FREIRAS


Antônio Dellano, princesense histórico, é figura folclórica por seu bom humor e por ser dono de um espírito provocador do riso. Por isso, reproduzo aqui uma história - envolvendo esse personagem -, que considero muito engraçada: Dellano, dono de uma pousada rural muito aprazível (“Pousada Cedro”), que dista da cidade apenas cinco quilômetros, pôs anúncios em toda a região polarizada por Princesa destacando a beleza natural, o conforto, a culinária, a discrição, etc. da sua hospedaria, o que provocou a procura do local por muitas pessoas buscadoras de paz, tranquilidade e prazer, inclusive para a prática do amor nesses tempos em que não existe mais o saudoso Cabaré.

 

Irmãs indesejáveis

 

Atraídas pela propaganda, certo dia apareceram três freiras advindas do vizinho estado de Pernambuco para hospedarem-se na pousada de Dellano. Acontece que a dita hospedaria funciona também como abrigo para casais que querem se divertir no amor proibido. Ao receber as irmãs, Dellano pensou que viriam, as religiosas, somente para passar um dia e pronto. O problema é que as sórores gostaram. Hospedadas, já estavam na pousada por mais de quatro dias. Essa demorada estadia estava deixando o dono do hotel muito aflito, pois, durante o dia, ficavam a bordar no alpendre de entrada da pousada e, os casais que vinham ávidos para seu idílio amoroso, ao verem as freiras, davam meia-volta e iam-se embora.

 

Ideia luminosa

 

Aperreado com o crescente prejuízo, Dellano teve uma luminosa ideia: Foi à cidade visitar a única loja que vendia aviamentos em Princesa, local onde as religiosas compravam suas linhas para os bordados. Lá chegando, dirigiu-se à balconista do estabelecimento perguntando à mesma se esta conhecia as benditas freiras. Ao receber resposta positiva, Dellano instou a funcionária a perguntar às irmãs onde elas estavam hospedadas e que, diante da resposta das sórores, a moça do aviamento lhes dissesse que o local onde estavam arranchadas não era recinto apropriado para religiosas nem ambiente de respeito, etc., etc. Para tanto, o dono da pousada deve ter “molhado” a mão da funcionária, pois, no dia seguinte, ao retornarem das compras, as irmãs solicitaram o fechamento da conta e foram-se embora da pousada – sem nenhuma explicação - e, como isso, Dellano voltou a auferir seu libidinoso lucro.



 

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