Para que servem os ministros do Supremo Tribunal Federal -
STF? Para defender a Constituição Federal ou para se autoconcederem aumentos
salariais abusivos e astronômicos e vetarem benefícios para aqueles que
merecem? Pelo visto, estamos diante de uma situação esdrúxula quando assistimos
a um único membro da Suprema Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, de uma
canetada, suspender o pagamento do Piso Salarial dos profissionais de
Enfermagem.
Isso mesmo, sob a alegação de que os Estados, Municípios e,
principalmente, os hospitais particulares, não têm condições de arcar com a
despesa do pagamento do Piso Salarial e, pela falta da indicação de onde viriam
os recursos para tanto, o ministro Barroso concedeu uma liminar suspendendo
esse importante benefício aos profissionais, heróis que salvaram vidas durante
a pandemia (muitos em detrimento de suas próprias vidas). A isolada e
arbitrária determinação do ministro vai de encontro à Lei.
O Piso Salarial de R$ 4,750 para os Enfermeiros, 70% disso para
os Técnicos em Enfermagem e 50% para os Auxiliares de Enfermagem e Parteiras, foi
votado e aprovado em lei pelas duas Casas do Congresso Nacional. Além de sancionado
pelo presidente da República, foi aprovada uma Emenda Constitucional que
fundamenta mais ainda esse justo benefício. Mesmo assim, o ministro Barroso,
que deveria ser o guardião da Constituição, age ao arrepio da Lei – atendendo,
quem sabe, a interesses inconfessáveis – e veta, de forma monocrática e
inexplicável, o Piso Salarial dos profissionais de Enfermagem.
Inexplicável, porque de feição. Há poucos meses, os ministros
do STF, com o voto do senhor Luís Roberto Barroso, aumentaram seus próprios salários
de R$ 39 mil para R$ 44 mil; fizeram vistas grossas à aprovação, pelo mesmo
Congresso Nacional, de um Fundo Partidário no valor de quase R$ 5 bilhões e, em
ambas as situações, não questionaram de onde viria o dinheiro. Puro jogo de
cena, uma vez caber ao Poder Executivo alocar os recursos necessários e claro,
se não os houvesse, o presidente da República não teria sancionado a Lei
aprovada pelos deputados e senadores.
`A exceção do Congresso Nacional, estão todos mancomunados,
num jogo de cena, contra os pobres profissionais de Enfermagem. Em reunião
fechada com Barroso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, alegou que “essa lei
aprovada pelo Congresso poderá tornar insustentável, do ponto de vista fiscal,
a situação dos Estados e Municípios”. Ora, por que não disseram às claras?
Sancionaram a lei por motivos eleitorais e, agora, em consórcio com esse
ministro insensível, negam o benefício aos profissionais que, na guerra de vida
ou morte da pandemia, se expuseram para salvar as vidas dos brasileiros.
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