Começou ontem (20) a 22ª Copa do Mundo. É a primeira vez que
o maior evento esportivo do mundo acontece num país árabe e de fé muçulmana. No
afã de globalizar ainda mais o esporte mais popular do Planeta, a FIFA escolheu
aquele riquíssimo país do Oriente Médio para sediar esse grande espetáculo que
acontece de quatro em quatro anos e reúne países dos cinco continentes.
Malgrado à boa intenção, muitos problemas têm advindo dessa escolha.
Sediar uma Copa do Mundo exige do anfitrião adaptar-se às
diversas culturas dos povos dos quatro cantos da Terra. No Catar, não poderia
ser diferente. No entanto, lá, a coisa vem se complicando. Muçulmano que é,
aquele diminuto país, não está conseguindo conciliar seus costumes religiosos com
os dos demais participantes da grande festa do futebol mundial.
Para começo de conversa, os catarianos, por motivos
religiosos, são proibidos da ingestão de bebidas alcoólicas; as mulheres, não
podem entrar nos estádios; os gays não podem se apresentarem como tal em
público; bebidas alcoólicas só podem ser consumidas (pelos estrangeiros) depois
das sete horas da noite quando termina a série de orações obrigatórias dos
seguidores de Maomé. Além da homofobia e da misoginia oficializadas, direitos
humanos, lá, é uma piada. Naquela ditadura abençoada por Alá, quem manda é o
emir Tamim Bin Hamad Al Thani.
É salutar e necessário o respeito às diversas culturas dos
povos do mundo inteiro. No entanto, um evento dessa magnitude não deveria ser
realizado num país de costumes tão atrasados. Que tenham sua religião; mas, não
podem obrigar aos outros professarem seus costumes. Mesmo porque, tudo é
pautado pela hipocrisia. Quem não lembra do assassinato e do esquartejamento do
jornalista Jamal Khashoggi pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, um
muçulmano? Quem não sabe que nesses países de crença islâmica as mulheres são
relegadas a um plano inferior?
Na verdade, o Catar, mesmo sendo um dos países mais ricos do
mundo, é também um dos lugares mais atrasados em termos de costumes. É
governado por uma monarquia absolutista que manda e desmanda, representada por
uma única família há mais de 150 anos, que pode tudo, inclusive matar seus
dissidentes impunemente. No entanto, beber cachaça é proibido e, os gays de lá,
podem beijar na boca somente dentro de casa. Enquanto ali, os armários ainda estão
cheios, deveriam ter marcado essa Copa para acontecer, no Catar, somente em
2222 quando se tornassem mais civilizados e menos hipócritas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário