Em que pese haver sido derrotado com expressiva votação, o quase ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, não soube ainda mensurar o significado de sua votação. É claro que, dos mais de 58 milhões de votos que obteve das urnas de outubro último, esses sufrágios têm nuances e conotações diferentes. Não são todos dele. Senão, vejamos.
Grande parte dos que votaram em Bolsonaro são eleitores, tradicionalmente, antipetistas. Outra parcela, é formada por conservadores e por muitos religiosos analfabetos, que caíram na conversa de muitos pastores e de alguns padres que, hipocritamente, em nome de Deus, e para benefício próprio, usaram a farsa do perigo da volta do comunismo.
Outros tantos, são aqueles que acreditam ser Lula, um ladrão e chefe de quadrilha e, Jair Bolsonaro, um homem de Deus e, verdadeiramente, honesto. Lamentável que tudo isso seja fruto da desinformação e do radicalismo promovido pelas mentiras tão bem orquestradas e veiculadas pelas redes sociais.
Na verdade, os verdadeiros eleitores do "mito", fazem parte daquela bolha que reúne algo em torno de 30% do eleitorado, os radicais e extremistas, somados aos grandes empresários e influenciadores que se locupletaram no seu governo. Foram estes que deram o tom do governo que termina, e ainda continuam dando quando promovem arruaças contra o Estado Democrático de Direito.
A decisão do quase ex em não passar a faixa para o presidente Lula, foi tomada após ouvir conselhos de aliados palacianos que alegam que seus apoiadores não entenderiam tal atitude. Ou seja, continuam errados. Melhor dar satisfação a quatro gatos pingados do que agir democraticamente em cumprimento do trâmite legal, o que poderia melhorar sua imagem.
Por essa e outras, é que Jair Bolsonaro se descredencia para liderar a oposição. Da mesma forma que Lula, a partir de 1º de janeiro deverá se comportar como o presidente de todos os brasileiros, o pretenso chefe da oposição (no caso, Bolsonaro), deveria agir também com imparcialidade, desnudo de ódio e de rancor. Perdeu, perdeu e pronto.
Enquanto joga para uma plateia doméstica, o derrotado, ainda choroso por não haver logrado êxito nas urnas, se faz do tamanho da sua bolha e, com isso, dá a entender que não sairá desse casulo que o prende a um mundo que acredita ser somente seu. Que assim continue pelo bem da democracia e do Brasil. Vá em paz e, não volte mais.
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