Nesse Brasil "quinhentão", em termos de política, nós já vimos quase tudo. Já vimos presidentes eleitos que morreram antes de tomarem posse (Rodrigues Alves, em 1918 e, Tancredo Neves, em 1985); presidentes depostos por militares (Washington Luís, em 1930 e, João Goulart, em 1964); presidente que se suicidou no exercício do cargo (Getúlio Vargas, em 1954); presidente que renunciou ao cargo em pleno exercício do mandato (Jânio Quadros, em 1961); um presidente e uma presidenta "Impichados" (Fernando Collor, em 1992 e, Dilma Rousseff, em 2016).
Todas essas situações aconteceram nos últimos 100 anos, portanto, em tempos relativamente, recentes. Inusitada é a atual situação com que nos deparamos. Um presidente que foi eleito, democraticamente (Jair Messias Bolsonaro), e que se submeteu às urnas para renovar seu mandato, foi derrotado e, com seu estimulante silêncio - quando se recusa a reconhecer a derrota, incentiva ínfima parte de seus eleitores a contestarem o resultado soberano das urnas. Nunca, em tempo algum, comportamento dessa natureza se registrou na democracia brasileira.
A urna que elegeu Jair Bolsonaro deputado durante 38 anos e, em 2018 o fez presidente, é a mesma que agora, em 2022, elegeu a seus filhos e aliados e também consagrou Lula presidente da República, pela terceira vez. Nesse caso, caem por terra quaisquer questionamentos quanto à lisura do pleito, restando aos perdedores o reconhecimento da derrota. É botar a viola no saco, porque, segue o baile. Na democracia é assim: perde-se agora e pode-se ganhar depois. Afinal, o veredicto é proferido, soberanamente, pelo povo.
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