Benedito Chibata era um princesense por adoção. Nasceu na
cidade pernambucana de São José do Egito de onde veio, ainda rapaz, se
radicando em Princesa, terra que adotou como sua. Era um negro alto, de boa
compleição física, bem-humorado, muito trabalhador e, há quem diga, muito
bem-dotado.
Em Princesa, trabalhava como motorista de caminhões e também
como mecânico daqueles veículos. Querido por todos, prestava serviços aos
principais comerciantes do lugar: Elizeu Patriota; “seu” Mano; Miguel
Rodrigues; Joaquim Mariano, dentre outros proprietários de caminhões.
Chibata gostava de namorar e de dançar e não perdia um “bolo
doce” daqueles que ocorriam na garagem de Toinho Fernandes. Certa vez, num
Sábado de Aleluia, logo após a missa em que o padre encontrou o salvador “pingo
de sangue”, Chibata foi se divertir no forró da Rua São Roque.
Após tomar bastante cerveja, o “negão” resolveu ir verter
água. Saiu do salão e dirigiu-se em busca do muro dos Correios. Ali, na
penumbra, resolveu mijar. Observou, no entanto, que logo que saiu do salão, foi
acompanhado por homem de meia idade. Chegando ao pé do muro, abriu a braguilha,
tirou a “pinta” e começou a fazer xixi.
O homem que o acompanhou, era um professor (de quem não posso
declinar o nome) já coroa, casado, mas que gostava de admirar jovens rapazes. Qual
não foi a surpresa de Chibata, quando, mesmo sob pouca luz, ouviu a indiscreta
pergunta do anônimo acompanhante:
- Eita, o que é isso que está escrito na cabeça dela?
- Oxente, e o senhor tá olhando, porquê? – Retrucou Chibata.
- Nada não. É só curiosidade, mas, o que significa essa
inscrição “buco”?
O negão Chibata riu, e disse:
- Ah... isso aqui é uma tatuagem que eu mandei fazer lá em
Campina Grande, mas, só dá pra ler quando ela está ereta.
- E o que é que está escrito? – Perguntou o professor
Rindo e mijando, Chibata respondeu:
- Está escrito: “Saudades do meu querido estado de
Pernambuco”.
O professor fez o sinal da Cruz e disse:
- Ave maria, Deus me defenda! – E saiu às pressas.
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