ODE

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

A tatuagem de Chibata

Benedito Chibata era um princesense por adoção. Nasceu na cidade pernambucana de São José do Egito de onde veio, ainda rapaz, se radicando em Princesa, terra que adotou como sua. Era um negro alto, de boa compleição física, bem-humorado, muito trabalhador e, há quem diga, muito bem-dotado.

Em Princesa, trabalhava como motorista de caminhões e também como mecânico daqueles veículos. Querido por todos, prestava serviços aos principais comerciantes do lugar: Elizeu Patriota; “seu” Mano; Miguel Rodrigues; Joaquim Mariano, dentre outros proprietários de caminhões.

Chibata gostava de namorar e de dançar e não perdia um “bolo doce” daqueles que ocorriam na garagem de Toinho Fernandes. Certa vez, num Sábado de Aleluia, logo após a missa em que o padre encontrou o salvador “pingo de sangue”, Chibata foi se divertir no forró da Rua São Roque.

Após tomar bastante cerveja, o “negão” resolveu ir verter água. Saiu do salão e dirigiu-se em busca do muro dos Correios. Ali, na penumbra, resolveu mijar. Observou, no entanto, que logo que saiu do salão, foi acompanhado por homem de meia idade. Chegando ao pé do muro, abriu a braguilha, tirou a “pinta” e começou a fazer xixi.

O homem que o acompanhou, era um professor (de quem não posso declinar o nome) já coroa, casado, mas que gostava de admirar jovens rapazes. Qual não foi a surpresa de Chibata, quando, mesmo sob pouca luz, ouviu a indiscreta pergunta do anônimo acompanhante:

- Eita, o que é isso que está escrito na cabeça dela?

- Oxente, e o senhor tá olhando, porquê? – Retrucou Chibata.

- Nada não. É só curiosidade, mas, o que significa essa inscrição “buco”?

O negão Chibata riu, e disse:

- Ah... isso aqui é uma tatuagem que eu mandei fazer lá em Campina Grande, mas, só dá pra ler quando ela está ereta.

- E o que é que está escrito? – Perguntou o professor

Rindo e mijando, Chibata respondeu:

- Está escrito: “Saudades do meu querido estado de Pernambuco”.

O professor fez o sinal da Cruz e disse:

- Ave maria, Deus me defenda! – E saiu às pressas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário