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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Em Princesa, a lei é essa: “Comeu do meu feijão, leva do meu cinturão”

Algo bastante ultrapassado e fora de moda vigora ainda em Princesa: a perseguição política. Aqui, sob a batuta do prefeito, Ricardo Pereira do Nascimento - o que é praticado também por seu auxiliares -, ninguém pode discordar de nada, tampouco reclamar dos malfeitos, sob pena de punição severa ou, no mínimo levar gritos histéricos do chefe e, muitas vezes – em se tratando de servidores contratados – ser até demitido.

Essa prática, que remonta a tempos passados quando os dois grupos que comandavam a política local se compraziam em perseguir os adversários, voltou com força sob o comando de Nascimento. Antigamente, funcionários municipais que não rezavam na cartilha política do comandante de plantão, eram transferidos para os distantes rincões do então “município velho” (que compreendia de Água Branca a Manaíra).

Principalmente professores que votavam em Aloysio Pereira quando Nominando Diniz estava no poder (e vice-versa), eram removidas da sede do município para os povoados mais distantes, e ali ficavam até o grupo político a que pertenciam voltar ao poder; e aí, essa prática se repetia com o grupo de professores que haviam perdido a eleição. Era uma prática nefasta, mas, considerada “normal”. Todos já sabiam que o resultado das eleições era quem determinava o funcionamento de suas vidas.

Isso acontecia nas décadas de 50 e 60 do século passado. Com a chegada dos tempos modernos e civilizados, essa prática foi abolida. Porém, para surpresa de muitos, desde 2017, isso voltou a acontecer e de forma mais exacerbada ainda. Semana passada, oito servidores da limpeza pública foram suspensos porque deram uma paradinha para comer cocada e tomar água. Postaram uma foto nas redes sociais e, o servidor responsável por isso, foi sumariamente demitido.

Na mesma semana que passou, um cidadão, adversário do prefeito, tentou visitar sua mãe que agonizava no Hospital Regional e foi impedido, por duas vezes, de adentrar àquele recinto, tendo de recorrer a um primo que reza pela cartilha de Nascimento para poder ter acesso à paciente. Servidores com salários atrasados; condutores de veículos agregados à prefeitura que estão sem pagamentos, nada podem dizer sob pena de demissão sumária ou rescisão do contrato.

O regime é de terror. Nada é permitido fazer ou dizer contra a administração pública de Princesa. Até as pessoas comuns, aquelas que não têm empregos na prefeitura, não podem criticar nem discordar do que quer que seja, pois, se o fizerem terão negados quaisquer benefícios oriundos do poder público. Até curtir ou compartilhar uma matéria veiculada por este Blog pode ser perigoso. Com o fim da pandemia as máscaras deixaram de ser usadas, mas, a mordaça, para os mais vulneráveis, continua em voga. Com Nascimento, o lema é: comeu do meu feijão, leva do meu cinturão.



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