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terça-feira, 30 de maio de 2023

Lula é duramente criticado por receber Maduro com tapete vermelho

Nesta semana, o Brasil recebe 11 chefes de países do continente sul-americano para participarem do importante encontro chamado “Cúpula da América do Sul”. O evento reunirá quase todos os países do continente, quando tratarão de assuntos inerentes aos interesses de todos. Somente a presidente do Peru não comparecerá e também um representante da Guiana Francesa. Os presidentes já começaram a chegar em Brasília, sede da Conferência, que deverá ser instalada no palácio do Itamaraty.

O primeiro chefe de estado a chegar ao Brasil foi o presidente/ditador Nicolás Maduro, da Venezuela. Pousou em Brasília na noite de domingo (28) e foi recebido com honras e circunstâncias. Por conta disso, tanto a imprensa brasileira, alguns veículos de comunicação internacionais e membros da oposição aqui no Brasil, criticaram o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) pela deferência pomposa concedida ao presidente venezuelano.

Afastado de boa parte da comunidade internacional pelas práticas antidemocráticas de seu governo, Maduro, até o ano passado tinha o seu país com relações diplomáticas interrompidas com o Brasil. Agora, sob o governo petista, é recebido aqui como um estadista. Pragmático que é, Lula, respondeu aos ataques alegando que trabalha para restabelecer a importância da América do Sul no contexto das nações e que é interessante reatar com a Venezuela em nome do desenvolvimento do Brasil e de todo o continente, em busca de uma total integração.

Críticas, dentro da democracia, são perfeitamente aceitáveis. Não se pode, no entanto, usar dois pesos e duas medidas. Senão vejamos: se o Brasil estivesse recebendo aqui o presidente Xi Jinping da China? O tapete vermelho seria criticado? Com certeza não. A China é também uma autocracia, um regime de força e avesso à democracia e aos direitos humanos, porém, tem o vil metal em abundância. Nicolás Maduro não tem dinheiro, mas tem petróleo. Ademais, aquele país deve mais de R$ 6 bilhões ao Brasil e é melhor ser amigo do que inimigo de quem tem contas para saldar.

Exemplo acabado dessa lógica, é o dos Estado Unidos da América quando, diante da guerra da Ucrânia – que não dá sinais de que findará logo -, já se aproxima da Venezuela para comprar petróleo que possa suprir as suas necessidades estratégicas pelo fato de haver deixado de comercializar com a Rússia. Mesmo assim, ninguém critica Joe Biden. Lula está certo em receber Maduro, mesmo porque, em seu discurso de acolhida, o presidente do Brasil deu uma cutucada no presidente venezuelano quando disse: “Fale para a imprensa livre do Brasil”. Constrangido, Maduro, apodreceu.



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