Nesta semana, o Brasil recebe 11 chefes de países do
continente sul-americano para participarem do importante encontro chamado
“Cúpula da América do Sul”. O evento reunirá quase todos os países do
continente, quando tratarão de assuntos inerentes aos interesses de todos.
Somente a presidente do Peru não comparecerá e também um representante da
Guiana Francesa. Os presidentes já começaram a chegar em Brasília, sede da
Conferência, que deverá ser instalada no palácio do Itamaraty.
O primeiro chefe de estado a chegar ao Brasil foi o
presidente/ditador Nicolás Maduro, da Venezuela. Pousou em Brasília na noite de
domingo (28) e foi recebido com honras e circunstâncias. Por conta disso, tanto
a imprensa brasileira, alguns veículos de comunicação internacionais e membros
da oposição aqui no Brasil, criticaram o presidente Luís Inácio Lula da Silva
(PT) pela deferência pomposa concedida ao presidente venezuelano.
Afastado de boa parte da comunidade internacional pelas
práticas antidemocráticas de seu governo, Maduro, até o ano passado tinha o seu
país com relações diplomáticas interrompidas com o Brasil. Agora, sob o governo
petista, é recebido aqui como um estadista. Pragmático que é, Lula, respondeu
aos ataques alegando que trabalha para restabelecer a importância da América do
Sul no contexto das nações e que é interessante reatar com a Venezuela em nome
do desenvolvimento do Brasil e de todo o continente, em busca de uma total
integração.
Críticas, dentro da democracia, são perfeitamente aceitáveis.
Não se pode, no entanto, usar dois pesos e duas medidas. Senão vejamos: se o
Brasil estivesse recebendo aqui o presidente Xi Jinping da China? O tapete
vermelho seria criticado? Com certeza não. A China é também uma autocracia, um
regime de força e avesso à democracia e aos direitos humanos, porém, tem o vil
metal em abundância. Nicolás Maduro não tem dinheiro, mas tem petróleo.
Ademais, aquele país deve mais de R$ 6 bilhões ao Brasil e é melhor ser amigo
do que inimigo de quem tem contas para saldar.
Exemplo acabado dessa lógica, é o dos Estado Unidos da
América quando, diante da guerra da Ucrânia – que não dá sinais de que findará
logo -, já se aproxima da Venezuela para comprar petróleo que possa suprir as
suas necessidades estratégicas pelo fato de haver deixado de comercializar com
a Rússia. Mesmo assim, ninguém critica Joe Biden. Lula está certo em receber
Maduro, mesmo porque, em seu discurso de acolhida, o presidente do Brasil deu
uma cutucada no presidente venezuelano quando disse: “Fale para a imprensa
livre do Brasil”. Constrangido, Maduro, apodreceu.
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