Mexer no cão com vara curta já é complicado. Imagine mexer,
com a mesma vara, em vários cães. Foi o que fizeram, o ex-juiz Sergio Moro e o
ex-procurador (e agora ex-deputado) Deltan Dallagnol. No exercício dos
processos da Lava-Jato, o magistrado e o promotor, em suas respectivas Varas,
fustigaram muitos deputados, senadores, ministros, empresários e até
ex-presidentes da República. Vários foram presos, outros tiveram de devolver
dinheiro, alguns ficaram inelegíveis, dentre outras punições. A maioria das
condenações foram baseadas na famigerada “Delação Premiada”. Foi aí que o bicho
pegou.
Passados alguns anos, sob análise mais fria, fora do calor
das discussões e dos holofotes da imprensa, muitas dessas condenações foram consideradas
nulas por falta de provas. Além disso, um hacker
descobriu que muitos desses julgamentos foram feitos sob combinação do juiz
Sergio Moro com alguns procuradores, dentre eles o Deltan Dallagnol. No caso de
Lula, Dallagnol telefonou para Moro dizendo: “Sobre o tríplex, não temos
provas”. “Manda assim mesmo que aqui eu dou um jeito e condeno”, respondeu
Moro. E assim foi feito e Lula, condenado, passou 580 dias na cadeia em
Curitiba.
Com muitos outros processos a farsa ocorreu da mesma forma.
No entanto, a prioridade nº 1, era impedir a candidatura de Lula à presidência
da República em 2018. Nisso lograram êxito. Hoje, porém, o feitiço está virando
por cima dos feiticeiros. Deltan Dallagnol teve seu mandato de deputado cassado
sem que a Câmara Federal fizesse nada por ele. Vingança? Sergio Moro, que foi
ser Ministro da Justiça com a promessa de ser designado para o STF, terá,
agora, de engolir, justamente o advogado de Lula, Cristiano Zanin, indicado
para a vaga que seria sua. O tempo é o senhor da razão e, as faturas chegaram.
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