Uma pobre mulher vendia queijos no mercado quando um gato se aproximou e roubou um. O cão viu o larápio e tentou tirar o queijo dele. O gato enfrentou o cão e os dois se atracaram. O cão latia e mordia, o gato miava e arranhava, mas não chegavam a nenhuma decisão. “Vamos pedir à raposa para servir de juiz”, o gato finalmente sugeriu. “De acordo” disse o cão. E lá foram os dois procurar a raposa, que ouviu seus argumentos com ar pensativo. “Animais tolos”, ela ralhou. “Para que tudo isso? Se quiserem, eu divido o queijo pela metade e os dois ficam satisfeitos”. “De acordo”, disseram o gato e o cão.
Assim,
a raposa pegou a sua faca e cortou o queijo em dois, mas, em vez de cortar no
sentido do comprimento, cortou-o na largura. “A minha metade ficou menor”,
protestou o cão. A raposa avaliou, ponderada, o pedaço do cão, através das
lentes dos seus óculos. “Tens razão, é isso mesmo”, concluiu, e deu uma mordida
na parte do gato. “Assim ficam iguais”, disse ela. Quando o gato viu o que a
raposa tinha feito, começou a miar: “Olha só! A minha parte agora ficou menor!”
A raposa colocou de novo os óculos e avaliou a parte do gato: “Tens razão”,
disse a raposa. “Espere só um momento que eu conserto isso”. E deu uma mordida no
queijo do cão. E assim continuou, a raposa, mordendo ora a parte do cão, ora a
do gato, até que finalmente comeu o queijo inteiro bem diante dos olhos dos
dois. (NATHAN AUSUBEL – 1948).
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