Algo nunca visto tem se tornado corriqueiro no Brasil de
hoje: a truculência e a intolerância da extrema direita personificada nos
excessos de alguns bolsonaristas empedernidos. Os possíveis ataques perpetrados
contra o ministro Alexandre de Morais e sua família no aeroporto de Fiumicino,
em Roma, dão conta de que estamos vivendo num tempo em que despertou nas
pessoas o ódio aos adversários políticos e às autoridades que punem os
desmandos de quem não consegue conviver num ambiente democrático. Os que pensam
diferente politicamente, deixaram de ser adversários; são agora, inimigos.
O que a extrema direita vem promovendo hoje em dia no Brasil
não tem paralelo com as manifestações promovidas pelos grupos de esquerda de
antigamente. Iniciadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro quando no exercício da
presidência, essas manifestações de ódio vêm se agravando e se tornando uma
praxe patrocinada por aqueles que se sentem injustiçados com o resultado
legítimo das urnas de outubro passado. Tudo isso foi deflagrado a partir da
subida da rampa do Palácio do Planalto pelo agora ex-presidente Bolsonaro. Foi
ele quem separou o Brasil em duas bandas completamente distintas.
Em momento algum da nossa história política se registraram
manifestações de intolerância como vemos hoje sob o pretexto do resultado das
eleições. Como bem diz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Quando eu
perdia uma eleição, ia pra casa chorar”. Isso mesmo, quem perde chora e, quem
ganha, comemora e governa. As agressões contra o ministro presidente do
Tribunal Superior Eleitoral – TSE, começaram com o próprio Bolsonaro quando
disse, no dia 7 de Setembro de 2022: “Não obedeço mais às determinações daquele
canalha!”. Isso incitou nos seus seguidores o empenho em desacatar autoridades.
Mesmo em face dos desmandos do “mito” – que deveria dar o bom
exemplo - em momento algum se viu, nas ruas do Brasil, alguém desacatando Jair
Bolsonaro por ter atrasado a compra de vacinas contra a covid-19, o que, em
consequência disso, várias vidas foram ceifadas quando poderiam ter sido
evitadas. Não fora o comportamento destrambelhado do ex-presidente, não teria
ocorrido a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro deste ano, tampouco
agressões corriqueiras a mulheres, LGBT’s, negros, indígenas, etc. Com certeza,
sem esse respaldo presidencial, Carla Zambelli e Roberto Jefferson, não teriam
agido da forma como agiram.
Tivesse, Jair Bolsonaro, se comportado com respeito e
dignidade ao cargo que ocupava, aquele petista, Marcelo Arruda, não teria sido
assassinado em 10 de julho de 2022 pelo bolsonarista
Jorge Guaranho quando adentrou ao recinto do aniversariante atirando e
gritando: “mito!”, mito!”. Tivesse o ex-presidente desempenhado com decência o
papel de chefe da Nação, jornalistas da Rede Globo, da Folha de São Paulo, da
Band, etc., não estariam sendo hostilizados nas ruas. O comportamento desses
vândalos agressores, amparados pelo autoritarismo do “chefe”, fazem crer que
assim agem para se defenderem dos que lhes são contrários como se fossem estes,
inimigos da Nação.
Não bastasse a violência e a intolerância, soma-se a isso a
covardia. Quem não lembra quando o ex-presidente agrediu verbalmente o ministro
Alexandre de Morais num comício que realizou no dia 7 de Setembro de 2022, na Avenida
Paulista, em São Paulo e, logo depois recorreu ao ex-presidente Michel Temer
para elaborar uma nota se retratando e pedindo desculpas? Além de truculento,
covarde, porque deixou desamparados os que nele confiavam. O Brasil, depois de
Bolsonaro, viu o ódio implantado trazendo desassossego às pessoas de bem.
Aquilo é uma praga que ocorre de mil em mil anos no mundo e ocorreu no Brasil.
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