O jogo do poder é cruel. Os humores mudam de acordo com a
escalada de poder de cada um. As cores partidárias, tampouco as ideologias
contam ou servem para alguma coisa. O que vale mesmo é o tilintar do vil metal
e os cargos públicos que o poder pode oferecer. Inelegível e sem tinta na
caneta, Jair Bolsonaro (PL), já se vê desprezado pela maioria daqueles que o
bajulavam. Pelo visto, resta-lhe somente agora o apoio dos devotos da extrema
direita, aqueles do cercadinho.
Na última semana, por ocasião da votação da Proposta de
Emenda Constitucional – PEC que reforma o sistema tributário brasileiro, 20 dos
deputados que congregam no PL – partido do ex-presidente – e mais o governador
de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), convergiram em favor da PEC e
votaram a favor da proposta. Tarcísio fez mais ainda: posou ao lado do ministro
da fazenda, Fernando Haddad, emprestando apoio à proposta do governo e irritando
profundamente o ex-presidente.
Desgostoso com esses comportamentos, Bolsonaro quis ir à
forra e convocou uma reunião exigindo fidelidade. O resultado foi outra reunião
que aconteceu no Palácio da Alvorada, onde o presidente Lula (PT), recebeu
quase todos os deputados, líderes integrantes do chamado centrão, ocasião em
que oficializaram namoro e noivado, com casamento marcado para logo após o
recesso parlamentar. Para que as bodas aconteçam, eles exigiram o dote:
ministérios, cargos nas estatais e mais emendas. E, Lula, prometeu.
O grande articulador de tudo isso tem sido o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad. No começo do governo Lula, todos torciam o nariz para
Haddad. Agora, todos admitem que é ele a peça principal no xadrez do governo
petista. Com a inflação em queda; o dólar caindo; a bolsa subindo; a economia
crescendo; a Reforma Tributária e o Marco Fiscal aprovados e com a perspectiva
de que a taxa de juros também comece a cair, Haddad será o padre que abençoará
esse casamento. Enquanto isso, resta a Bolsonaro curtir sua viuvez.
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