Manoel Lopes Diniz, mais conhecido como Manoel Lopes “Ronco
Grosso”, homem valente e fiel escudeiro do coronel José Pereira Lima durante a
chamada “Guerra de Princesa”, foi também subdelegado do então Distrito de São
José. Era princesense dos Patos de Irerê. Foi seu vozeirão que lhe emprestou o
apelido de “Ronco Grosso”. Brigou em 1930, figurando como um dos principais
chefes de turmas dos combatentes rebeldes, chamados “Libertadores de Princesa”,
durante a Guerra de Princesa, que assolou o município nos idos de fevereiro a
julho de 1930. Aliás, esse epíteto: “Libertadores de Princesa”, não se faz
correto, uma vez que Princesa jamais foi ocupada pela briosa polícia paraibana.
Ronco Grosso participou de várias lutas e emboscadas empreendidas no âmbito do
Território Livre de Princesa durante aquela Guerra Civil.
A principal participação de Ronco Grosso naquela contenda,
segundo o historiador princesense Paulo Mariano, foi na luta ocorrida em Alagoa
Nova (atual cidade de Manaíra). Todavia, o fato mais importante que envolveu o
nosso homenageado, foi a morte do cangaceiro “Meia-Noite”. A mando do coronel
Zé Pereira, Manoel Lopes, destemido que era, matou o facínora que estava
homiziado no sítio Tataíra e, para provar a realização da incumbência, trouxe
as orelhas de “Meia-Noite” e as entregou ao coronel. Ronco Grosso não tinha no
seu código genético apenas coragem e violência. Era o patriarca de uma família
pródiga em homens letrados e de alta cultura. Era pai da professora “Mãezinha” e
avô do maior escritor princesense, Aldo Lopes de Araújo que é irmão do
cordelista Valbam Lopes e do jornalista Norman Lopes.
Depois do ataque de Lampião a Sousa na Paraíba, em 27 de
julho de 1924, o coronel José Pereira de Princesa – atendendo solicitação do
então presidente da Paraíba, João Suassuna - passou a perseguir o “Rei do
Cangaço” nas terras paraibanas. Para tanto, encarregou Ronco Grosso desse
temerário mister quando da formação da chamada “Volante de Princesa” que
empreendeu várias investidas contra o bando de Lampião. Foi num desses
combates, no Sítio Tenório em Flores/PE, que Lampião perdeu o irmão Antônio num
tiroteio, baleado por Ronco Grosso. Manoel Lopes Diniz, o decepador de orelhas,
faleceu, tranquilamente em sua cama, em Princesa, pouco antes de completar 70
anos.
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