Na política é assim. Quando o poder acaba, acabam-se as
regalias e somem também quase todos os amigos. É como se fazia, antigamente,
nos desfiles do Dia 7 de Setembro: a corneta tocava e a estudantada dava meia
volta volver. Os que antes prestavam continência ao chefe de plantão, agora
ignoram o ex e se voltam, quase todos, para o novo mandatário. Prova disso são
as negociações dos partidos do chamado “centrão”, em Brasília, com o intuito de
ingressar no novo governo. Rei morto, rei posto.
É o que está acontecendo agora com o ex-presidente Jair
Messias Bolsonaro. O que já acontece normalmente, se exacerba quanto ao “mito”
porque balançaram o galho de merda e estão caindo até as verdes. Seja na CPMI
dos Atos Golpistas, seja na investigação sobre as joias recebidas como
presentes pelo ex-presidente - que pertencem ao patrimônio da União, mas estão
sendo vendidas nos EUA. É como uma bexiga cheia d’água que, de repente, fura-se
um buraco após outro e não há mãos para tapá-los.
Não bastasse a falta de poder e da perspectiva dele
(Bolsonaro está inelegível), o ex-presidente amarga também o possível abandono
dos que, até há pouco, o julgavam um cabo eleitoral de luxo. É sabido por todos
que o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, se comporta como os ratos; quando
o navio começa a fazer água ele é o primeiro a abandonar o barco. E os sinais
que estão sendo emitidos dão conta de que muitos dos aliados de Bolsonaro já
sinalizam falta de vontade de estarem expostos à sua toxicidade.
Tudo isso não significa que a direita e a extrema direita vão
se acabar. Haverá sim uma divisão: os que se denominam de extrema direita
permanecerão fiéis ao bolsonarismo.
Entretanto, os que são da direita moderada – que encontraram eventual amparo no
bolsonarismo – estes, somarão com outro
líder que com eles se identifique, mas não bancarão a bancarrota de Jair
Bolsonaro. Por fim, o que se vê hoje é que todos os que tinham uma pedra no
bolso para, na hora certa, jogar no “mito”, já estão prontos para esse
exercício.
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