Antes, diziam que a eleição foi fraudada. Agora, com a
certeza de que as urnas eletrônicas são confiáveis e invioláveis, as “viúvas”
de Bolsonaro, estão pondo a culpa da derrota do “mito” em nós, os nordestinos e
analfabetos. Numa postagem montada, atendendo ao propósito de fazer crer que
somos a escória da Nação os bolsonímions estão
mostrando o mapa do Brasil e assinalando que, onde estão os menores índices de
alfabetização é nos Estados do Nordeste, justamente onde Lula teve maioria dos
votos. Ou seja, para eles, nós somos os culpados de havermos derrotado Jair
Bolsonaro. Láurea maior não nos poderia ser imputada!
Não bastasse esse exercício preconceituoso, a iniciativa
dessa brincadeira de mau gosto parte também de nordestinos num claro acatamento
do que dizia o “mito” durante a campanha eleitoral, quando falava: ”Nordestino
é pra comer capim” e quando nos chamava de “jumentos”. Nada pode nos lisonjear
mais do que sermos considerados de segunda classe por alguém tão
desclassificado. A aventura bolsonarista
foi uma praga que ocorre de mil em mil anos no mundo e aconteceu no Brasil.
Graças à “ignorância” dos brasileiros mais simples, essa praga está riscada do
mapa.
É perfeitamente aceitável que alguns não gostem de Lula, que
abominem as ideias de esquerda, que sejam conservadores nos costumes. No
entanto, fazer apologia da hipocrisia quando corroboram o uso do nome de Deus
em vão, quando louvam golpistas, quando esquecem o negacionismo que matou mais
de 700 mil brasileiros; ou até mesmo agora, quando as investigações apontam
para o desfecho do desbatamento de crimes cometidos por uma família de
fraudadores de cartões de vacinação, de ladrões de joias e de conspiradores
contra a democracia. Isso é demais!
Sob a égide de governantes legitimamente eleitos – inclusive
pelos ignaros nordestinos – o Brasil caminha impávido e vigilante para que acidentes
de percurso daquela natureza não ocorram mais. De sorte que os que pensam em
consonância com os mandamentos do “mito” representam uma ínfima parte da nossa
sociedade. É certo que a grande maioria do povo brasileiro não é afeita a
ideologias extremistas – nem de direita nem de esquerda – e nós, nordestinos,
podemos até não sabermos ler, mas provamos que sabemos votar. Defensor de
ditadura, nunca mais!
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