Até a decisão do tenente-coronel Mauro Cid em fazer delação
premiada, os indícios de que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro
intencionava promover a ruptura institucional com um golpe de Estado eram
evidentes, mas não se tinha uma certeza que pudesse comprovar essas intenções.
As evidências eram gritantes fruto do comportamento do próprio Bolsonaro quando
atacava os demais poderes da República, questionava a lisura do processo
eleitoral e incitava seus devotos em manifestações antidemocráticas.
Agora, em face das confissões de seu principal
ajudante-de-ordem, que afirmou haver, o ex-presidente, participado de uma
reunião com o alto comando das Forças Armadas para tratar da viabilidade de um
golpe militar, tudo vem às claras, principalmente, quando Mauro Cid afirma que
o então comandante da Marinha do Brasil, o almirante de esquadra, Almir Garnier
Santos, se prontificou disponibilizando suas tropas para tanto e quando afirma
que, contrariando o almirante, o comandante do Exército se recusou em
acompanhar a intentona bolsonarista.
A delação de Mauro Cid está juntando as peças de um quebra
cabeças que está dando dor de cabeça em muitos figurões da República. De sorte
que a maioria do comando das Forças Armadas resistiu às intenções golpistas de
Bolsonaro e a democracia brasileira saiu incólume dessa aventura grotesca.
Primeiro, o povo brasileiro, quando disse não a Jair Bolsonaro nas urnas e,
depois, as Forças Armadas que, em cumprimento da lei não se submeteu a esse
aventureiro, mas, o golpe, estava configurado.
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