ODE

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Um prodígio de vida

No último sábado (9), visitando o Bairro da Várzea, aqui em Princesa, tive a oportunidade de me encontrar com um amigo que há tempos não via. Antônio Luís de Sousa, mais conhecido como "Antônio Severino" está um velho de fazer inveja a todos os que já se encontram na terceira idade. Ao 99 anos e 8 meses, Antônio Severino aparenta ostentar muito menos de 80 anos. Tirante da vista curta, está lúcido, saudável, com boa mobilidade e, o que é mais surpreendente, com excelente memória.

Durante o bate-papo que encetei com o velho pude constatar que nem sempre o número, corresponde à idade. Na conversa escutei Antônio Severino recitar poesias e, pasmem, quando ele disse que sempre foi bom em "argumento" (termo que, nas escolas de antigamente significava matemática) eu o inquiri sobre a tabuada de multiplicar, começando pelo 9 x 9, ao que o velho respondeu na bucha: 81 e discorreu sobre tudo o que perguntei referente a números.

Engraçado, Antônio Severino contou várias histórias dentre elas sobre o Cangaço quando disse lembrar-se da notícia da morte de Lampião em 1938. Falou sobre a Revolta de Princesa, Zé Pereira, e sobre notícias da Segunda Guerra Mundial. Sem se apartar de uma peixeira na cintura, disse que não tem medo da morte porque ela nunca lhes fez mal. Nunca teve "trânsito" com rapariga e só escuta o que quer. Quando perguntei se ia matar um boi para comemorar os 100 anos de idade, me respondeu que não estava escutando direito. Na despedida, disse: "Não digam que eu sou besta. Doido pode até ser, mas besta não! Um verdadeiro prodígio!



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