ODE

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Ninguém pode subestimar ou duvidar da sabedoria popular

O sentimento de mudança não acontece de forma isolada. Quando ele vem, é acachapante porque se traduz numa vontade que não é somente de algumas poucas pessoas ou de um segmento específico. Via de regra, ocorre o efeito manada. Errado aquele que pensa que o povo é massa de manobra e que se deixa iludir por propaganda enganosa. Na política, essa lógica se aplica de forma muito mais factual uma vez que, na democracia, os governantes não são nomeados, mas sim, eleitos.

Atendo-nos ao caso de Princesa, para os mais velhos ou para os que conhecem a história, alguns exemplos ilustram quão grande é a sabedoria popular. Em 1963 o patriarca do grupo político nominandista candidatou-se a prefeito e era tão favorito que ninguém, do outro lado, se dispunha a disputar com ele, o velho Mano. Perdeu a eleição para Gonzaga Bento. Quem não lembra, em 2000, quando doutor Sidney – o médico que nem abria os vidros do carro -, derrotou Assis Maria – um dos políticos mais populares da história política de Princesa -, em sua tentativa de ser reeleito?

Na política eleitoral, a sabedoria do povo é exercida nas urnas, de forma velada e, muitas vezes, sem estardalhaço, principalmente quando os poderosos de plantão amordaçam os que deles discordam. O voto dado na urna é exercido de forma secreta e unilateral, sem testemunhas. Ademais, é sabido que ninguém vota sem ter vontade. A mentira alimenta apenas aqueles que querem continuar sendo enganados, ou os que se locupletam com o poder. O povo é sábio e, em Princesa, não existem mais grupos políticos que reúnam eleitores fiéis. Hoje, o povo é dono de seu nariz.

Quando a “caiga” pende não tem cangalha que segure. Mesmo arrochando a cilha, ela entorta e cai. As regras que regem as coisas da política não são estáticas e nem sempre obedecem à lógica. Eleições sempre foram caixas de surpresas, tanto ungem como defenestram. Às vezes, o que é líquido e certo para alguns, torna-se um pesadelo inesperado e, nesse particular, para que um político seja conduzido ao “céu”, o processo é sempre longo; já para descer ao inferno, é sempre num átimo. Às vezes, esse sentimento de aprovação em que os governantes acreditam estar enraizado nas cabeças das pessoas, é mera ilusão!



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