Depois da acachapante vitória dos candidatos do prefeito
Ricardo Pereira do Nascimento nas eleições de outubro do ano passado (2022),
nos três meses subsequentes – animados pelo excelente resultado produzido pelas
urnas – alguns partidários do prefeito fizeram fila para se apresentarem como
candidatos à sucessão de Nascimento. Na verdade, a eleição seria exercida por
apenas uma pessoa, com apenas um voto: o do prefeito Nascimento que, vaidoso,
gritava aos quatro ventos que o povo de Princesa não ia votar em candidato “A”,
“B” ou “C”, mas sim, nele próprio. Ou seja, sua indicação seria a verdadeira
eleição.
Passados alguns meses, já na virada do ano, nuvens negras
começaram a poluir o céu de brigadeiro da situação. Em maio, começaram as
confabulações para um encaminhamento de união entre as oposições. Nesse mesmo
mês, tanto o grupo liderado pelos Moura quanto o que é comandado por doutor
Sidney, deram algumas declarações apontando para uma união das oposições. Em
junho, surgiu o nome da secretária de finanças de São José de Princesa como
pré-candidata a prefeita de Princesa, o que se configurou numa novidade com a
qual ninguém contava, muito menos Nascimento. Uma verdadeira pedra no sapato do
alcaide.
A partir daí, começou o calvário de Nascimento. Com três
cruzes pesadas para carregar (Brás, Ana Paula e Garrancho), o prefeito – que
antes voava em céu de brigadeiro -, viu botarem água na sua fervura. O nome de
Rúbia pegou, os próceres da oposição tiraram uma fotografia se confraternizando
e, a partir daí, para Nascimento, a merda virou boné! Aperreado com esses
acontecimentos, o nosso burgomestre começou a acenar para a oposição. Primeiro,
disse que tinha um paraquedas para Sidney Filho e, agora, completamente
desesperado, já admite conversar com os Moura, prometendo até vaga de
vice-prefeito na chapa da situação.
O mais esquisito - o que denota um claro enfraquecimento do
grupo liderado pelo prefeito - é que, antes, ele esnobava os da oposição; dizia
que tinha 65% dos votos de Princesa e que detinha mais de 80% de aprovação.
Enfim, dava crença de que não precisaria da oposição para vencer a eleição.
Agora, seu comportamento mudou completamente quando admite composições antes
impensáveis. Na verdade, a dor é quem ensina a gemer e, Nascimento, vendo o
barco tomar água – apesar de dizer para os seus próximos que não perde a
eleição de jeito nenhum -, pede socorro àqueles a quem antes desmerecia.
Na história de Princesa, temos muitos exemplos de eleições
“ganhas” e que, ao abrirem-se as urnas, deu a “bola de Zé de Ana”. Para quem
conhece a história, temos três exemplos. Em 1963, ninguém ganharia a eleição de
“seu” Mano; no entanto, Gonzaga Bento, enfrentou a batalha e derrotou o velho
caudilho. Em 1988, Aloysio Pereira abominava o nome de Assis Maria para
prefeito. Gonzaga Bento bancou, e Assis, derrotou Doca Ferraz apoiado pelo
grupo Diniz. Em 2000, todos apostavam que Assis Maria seria reeleito, até
porque, não deveria perder para doutor Sidney que sequer abria os vidros do carro.
Abertas as urnas, Assis foi derrotado por ampla margem de votos.
Esses exemplos ilustram situações passadas e, é claro, cada
eleição tem a sua história e, a história, dificilmente se repete. Mesmo assim,
é de bom alvitre atentarmos para os sinais que se apresentam, observá-los
direito para que não sobremos na curva. O veredicto do prefeito Nascimento de
que, alguém da oposição, vai sobrar nessa tal curva, pode acontecer ao
contrário. Até porque, a oposição vem dirigindo um carro numa marcha para a frente,
enquanto o veículo de Nascimento já começa a dar marcha à ré. Em sua intenção
de permanecer no poder a todo custo, o prefeito tudo fará para conseguir uma
vitória nas urnas. O problema é que, para isso, tem de combinar com o povo.
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