O sobrado acima retratado pertencia a Richomer Góis de Campos
Barros, e existia exatamente onde está localizado, hoje, o prédio da atual
Igreja Matriz de Princesa. Ali, além do sobrado, existia também uma rua de
casas antigas, e históricas, pelos moradores que as habitavam. No entanto, tudo
foi destruído num relampejar irresponsável, pela ação do então vigário de
Princesa, frei Anastácio Palmeira, no final da década de 1960.
O sobrado era a residência do escritor, poeta, botânico,
músico e telegrafista dos Correios de Princesa, Richomer Barros. Além de todas
essas credenciais era, o homem, também uma espécie de secretário particular do
coronel José Pereira Lima, durante a chamada “Guerra de Princesa” e, no dizer
do historiador princesense, Paulo Mariano era, Richomer Barros, o “intelectual
mais refinado de Princesa”.
O imóvel era uma construção simples, porém, majestosa
ostentando suas “pinhas” de porcelana portuguesa encimando seu frontispício.
Segundo o saudoso tabelião João Barros - que era filho de Richomer, - foi dali
que seu pai, curioso e conhecedor profundo de geografia, acompanhou - auxiliado
por um grande mapa estendido numa das paredes da sala daquele solar - as
posições das tropas militares durante a II Guerra Mundial, quando marcava com
alfinetes coloridos os movimentos, tanto das tropas Aliadas (Inglaterra,
França, EUA e URSS), quanto das potências do Eixo (Alemanha, Japão e Itália).
Além desse
acompanhamento, Richomer, explicava a todos, de forma detalhada, o que vinha
acontecendo na guerra na Europa, uma vez ser esse acompanhamento complementado
pelas transmissões radiofônicas da emissora BBC de Londres, que eram bem
compreendidas por ele, que dominava os idiomas, inglês e francês. É lamentável
termos que retratar as imagens de tantos prédios históricos que já não existem
mais e que tornavam o centro de Princesa um primor em termos de arquitetura,
além de haverem sido palco de acontecimentos por demais importantes. Porém,
pior ainda seria não darmos a oportunidade àqueles que não os conheceram (e que
não hão de conhecê-los jamais), de pelo menos terem informações de como era o
centro histórico da nossa cidade.
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