A moda que grassou na segunda metade do século passado foi o mascaramento de condições e de status, o que trouxe para nós a cultura do “politicamente correto”. Sem fugir à nossa peculiar hipocrisia, foram criados e adotados vários termos para eufemizar situações, sejam quanto ao estado dos chamados diferentes, das minorias ou das nossas mazelas. Alguns desses termos se apresentam infelizes, como por exemplo, aquele que determina que os que têm mais de 60 anos estão na “Terceira Idade” como se fora essa, a última idade.
Achando pouco – aqueles que adotam também a frescura de dirigirem-se às plateias com o vocativo: “Todos e Todas” -, inventaram que nós, os sessentões, devemos ser chamados também de pessoas em gozo da “Melhor Idade”. Quanta falsidade e hipocrisia! Primeiro, pelo entendimento adotado por muitos de que, melhor idade mesmo é a de quem tem 30, 40 anos. Segundo, porque com a longevidade que hoje é uma realidade, os que têm mais de 80 ou 90 anos estão classificados em que estágio: “Quarta e Quinta Idades?” Ou a “Pior Idade?
É certo que a condição etária nem sempre condiz ou acompanha a apresentação física das pessoas. Existem idosos que parecem bem mais jovens do que a idade que têm e vice-versa; mas esses, se constituem uma minoria. Portanto, maquilar uma situação dessa natureza pode estar expondo a vexames o instrumento dessa falsidade. Prefiro a assertiva do cantor de músicas bregas, Falcão, quando diz: “Menino é menino, veado é veado, macaco é macaco...”. Aí, eu acrescentaria: “velho é velho”. Devemos sim, estimular os idosos a viverem com qualidade e não estimular os menos avisados a se acharem jovens e adotarem comportamentos ridículos.
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