Por Domingos Sávio Maximiano Roberto
A “Rua Grande” que conheci
Passeando pela minha memória, a exemplo do que escrevi sobre
a “Rua Nova”, hoje resolvi rememorizar o casario e os moradores da Rua Coronel
Marcolino, conhecida pelos mais velhos como: “Rua Grande”. Não é aquela a mais
antiga (a primeira via pública de Princesa é a “Rua Major Feliciano”), mas a
principal artéria da cidade. Ali aconteceram coisas várias e relevantes;
residiram pessoas de alta importância; funcionou e funciona, até hoje, como o
centro comercial de Princesa e, portanto, se constitui a mais importante rua da
nossa cidade.
Começamos pela hoje esquina de “Zé Galego”. Ali, funcionava a
bodega de João Rosas, procedida pela mesma atividade que foi comandada por
“Vavá de Fófa” e, agora, por Zé Galego, o que já se completam mais de 50 anos.
Vizinho à bodega, existia a casa do casal João Rosas e dona Nininha, pais de
Dodora, Corrinha, Graças, Djalma, Rosângela, Edvaldo, Hildebrando e Silvana. Onde
era essa casa, está hoje instalada a bodega dos filhos de “Chico da Várzea”. Em
seguida, tínhamos o Cartório do 2º Ofício do tabelião Marçal Lima Neto e sua
casa ao lado. Marçal, era casado com dona Nancy e pai de Wilma, Veronese,
Wellington e Marçalzinho. Depois, nesse local, funcionou a sorveteria de Elizeu
Pires e hoje, aloja a lanchonete de Carminha Salvador.
Encostado, existia um sobrado onde morou Cláudio Pinheiro
(pai de Antônio Dellano) e depois as “Pintos” e, antes de ser demolido para dar
lugar à atual farmácia de Zé Frazão, funcionou como o hotel de dona Corina e a
sorveteria de “seu” Zé Soares. Parede meia com o sobrado, a casa de Miguel
Rodrigues, marido de Juanita Cardoso e pai de Ilo, Edi e Zé Alberto. Essa casa
foi também a residência de Veri Virgulino que, demolida, em novo prédio,
funciona ali uma loja de materiais de construção e um prédio onde está
instalada uma pousada. Pegado, existia um imóvel, com uma fileira de portas
amarelas, onde residia “seu” Pedro Crente e, ao lado, o hotel (café) de Amália
Gregório. Vizinha, estava a casa da “moça velha”, Maria Liberalquino, exímia
artesã no fazimento de flores artificiais.
Depois daí, o consultório odontológico de doutor Paulo Frazão
seguido da casa que pertenceu ao patriarca da família “Frazão”, o major José
Frazão, onde morava sua viúva, dona Ana. Encostada, estava a farmácia de José
Frazão Filho, onde sua irmã Rosinha (que faleceu precocemente) trabalhava e nos
presenteava, quando crianças, com os frascos vazios de penicilina, o que nós
transformávamos em soldados de brinquedo. Continuando a descida, encontrávamos
a Mercearia/Bar de Mirô Arruda, que era pegada à loja de Hermes Maia, onde se comercializa
tecidos.
Depois de Hermes Maia, a loja de
tecidos de Belo Maia e, depois, a loja de seu neto, Guilherme Maia, onde se
vendia todo tipo de utensílios domésticos. Mais tarde, esse prédio abrigou o
bar e boate “Le Bartô” do professor e promoter, Bartolomeu Maia que, nos anos 70 e 80
era o point da juventude princesense,
com luz negra e tudo. Vizinho, estava o bar de Zé França seguido da loja de
tecidos de Toinho Samuel, casado com dona Nanete, pais de Graças e Marcos.
Nesse local, funcionaram também mais tarde, a loja de tecidos de Zé Pires,
casado com dona Cecília, pais de Geraldo, Carminha, Dionê e Socorro e, já na década
de 80, a loja, também de tecidos, de Elizeu Pires esposo de dona Terezinha e
pais de João Aurélio, Fátima, Rosineide, Roseane, Rosane, Valquíria, Júnior e
Claudinha. Esses três comerciantes residiram com suas famílias na casa
existente ao lado da referida loja.
Em seguida, o escritório da COBAL que era gerido por Cícero
Marrocos, onde funcionou, depois, a farmácia de Edezel Frazão e, mais tarde, o
escritório da SAELPA. Vizinho, era a residência e o café de dona Hosana Sitônio
onde era servido um delicioso doce de leite. Nesse imóvel funcionou também o
primeiro Conselho Municipal (Câmara Municipal) de Princesa. Continuando a
descida, deparávamo-nos com um quartinho que abrigava a sapataria de “seu”
Apolônio Campos, seguido de sua residência onde morava com sua esposa dona
Tereza e os filhos: Wilson, Durval, Celizete, Raimundo, Fernando, Narcizo,
Nilson, Batista, Mazé e Socorro. Pegado a Apolônio, uma pequena casa onde
moraram muitos, porém, lembro-me apenas do casal Expedito e Rita a quem
chamávamos de “Maíta” e que eram pais de: Anchieta, Lia, Tô, Sales, Bosco,
Dorinha e Neto. Ali morou também Pedro Sobreira e dona Amanda Duarte, pais de
Camilo e Luísa.
Na esquina da Travessa José Ferreira Dias (“Ferreirão”),
estava a casa da viúva Jandira Góis onde residia também seu filho, o antológico
Zé Gois e sua irmã Cleonice. Zé Góis gostava de sentar à calçada, numa cadeira
de balanço a observar e falar de todos que passavam; era como ele próprio
dizia: uma figura “indeletéria”. Onde hoje é a Travessa Ferreirão existia uma
casa que foi demolida no governo do prefeito Chico Sobreira, nos anos 70 para
dar lugar a essa travessa. Nessa casa nasceu o ilustre cientista princesense
Osvaldo Travassos de Medeiros - sem dúvida o oftalmologista mais famoso da
Paraíba e um dos maiores do Brasil.
Onde hoje funciona a galeria “Alexandrina Pereira”, era a
residência do coronel Marçal Florentino Diniz - sogro do coronel Zé Pereira – e
se constitui o imóvel mais emblemático de Princesa por ostentar, ainda hoje,
sua fachada ornamentada com azulejos portugueses. Ali residiu também o sargento
Armando; funcionou por longo tempo, a Rádio Princesa; morou o fotógrafo Inácio
Dias e o então prefeito Assis Maria. Esse prédio, com seu interior totalmente
descaracterizado, funciona como uma galeria de lojas. Em seguida, a casa onde
moraram Abrão de Barros Diniz e Carminha Pires, pais de Zé Neto, Zé Ivan e
Diniz.
Pegado a essa casa, existia um chalé onde residiram alguns
juízes e promotores à exemplo do doutor Bento. Hoje, está ali instalada a
farmácia de “Mano”. Continuando o nosso périplo, encontramos o prédio que
abrigava a padaria de Chico Sobreira que depois pertenceu a Chico Antas e
também a dona Neves Salvador e hoje acolhe uma loja de tecidos, tendo ao lado,
a casa onde mora sua última proprietária. Vizinho estava um salão - pertencente
ao meu pai - onde existiam várias mesas de sinuca e bilhar. Nesse prédio, funcionou
também, por algum tempo, o Fórum, o Clube Recreativo Princesense e também,
década de 80, o bar/restaurante/boate “Maximianu’s”.
Continuando a descida, a casa do grande músico e compositor
princesense, Manoel Marrocos, casado com dona Calú e pai de: Alcides, Andrade,
Leomarques, Marroquinho, Edmundo, Dóris e Neto. Depois, a casa onde moraram
Aparício Duarte e dona Celina, pais de Sônia e Carminha. Em seguida, a casa de
“seu” Dezinho Arruda e dona Lourdes, pais de Elenildo e Zeneide. Em seguida,
encontrávamos a residência de “Dudu”, minha prima legítima e mãe da saudosa
Chiquinha e seus irmãos: João, Chico, Geraldo, Tatá e Celeide. Encostado a
Dudu, a casa de Moisés Duarte e, em seguida a residência do coletor estadual Mirabeau
Lacerda e dona Titica onde moravam com os filhos: Isabel, Neno, Melinha,
Ângela, Corrita e Cândida.
Na esquina, a casa e a lanchonete de outra prima, Odívia
Maximiano, onde eram servidos doces de vários tipos, saladas de frutas e
picolés de suco de laranja enfiados em palitos de dentes. Ali moravam também,
seus irmãos Joaquim e Aldenite, algumas tias velhas e Vavá e Totinha, filhos de
Antônio Soares, seu cunhado. Uma rua (Tenente Oliveira, antiga “Rua do
Ferreiro”) separava a casa de Odívia da bodega de Adauto Duarte casado com dona
Maria e pai de Cícero, José e Detinha.
Depois, o que eu me lembro, o “Bar do Bode” de Dão Mandú e
Ana. Ao lado, a lanchonete de Miguel Severo, onde hoje funciona o Cartório do
2º Ofício. Encostado, existia um grande imóvel que abrigou o chamado “Hotel de
dona Isaura”, avó de Coimbra Maia, o mesmo imóvel onde nasceu o grande tribuno
princesense, Alcides Vieira Carneiro. Vizinha à casa onde nasceu Alcides
Carneiro, estava a casa do casal Neco Estima e dona Olívia, pais de José,
Auxiliadora e Vanila, onde hoje está instalado o supermercado “O Varejão”. Finalizando
esse lado da Rua Grande, a residência do ex-vice-prefeito Miron Maia casado com
Socorro e pai de Coimbra, Cidilene e Sales. Nessa mesma casa, residem, hoje,
seu filho Coimbra Maia, esposa e filhos.
O outro lado da Rua Grande começava com a “Padaria Borborema”
pertencente ao senhor Rafael Rosas. Depois daí, a bodega de João de Rita
parede-meia com a casa onde morava com sua esposa Nita. Seguindo, encontramos a
casa e a oficina do folclorista e artesão Joaquim Gomes, onde fabricava silos
de zinco. Vizinho estava o primeiro posto de combustíveis de Princesa: a “Bomba
de Zé de Horácio”. Ao lado, a casa do comerciante Waldemar Abrantes onde morava
com sua esposa dona Maria e seus filhos Eduardo e Pedro; encostado à casa, sua
loja de tecidos. Atravessando a “Rua Juarez Távora”, encontrávamos, na esquina,
o prédio onde funcionou um clube social e, posteriormente o Fórum, onde hoje
está instalado o Ministério Público Estadual.
Logo ao lado do que é hoje o Ministério Público, o Cartório
de João Barros, que pertenceu antes ao tabelião Zacharias Sitônio. Pegado ao Cartório,
estava casa do comerciante do ramo de tecidos e ex-vereador, Antônio Carlos
Costa que era casado com dona Calú e pai de: Vanildo, Nivaldo, Nilva, Dinalvo e
Dilva. Encostado, morou Zé Taenga que era casado com dona Dália e pai de Maria.
Em seguida, a casa do comerciante Orlando Parajara Duarte e de sua esposa Maria
Ozita que eram pais de: Nezinho, Neném, Dorinha, Eliane, Arnaldo e Carminha;
nesse imóvel funcionou também, entre 1949/1950, o Ginásio “Nossa Senhora do Bom
Conselho”. Em seguida, estava a casa de Hermes Maia onde, tempos depois abrigou
o casal Arlindo Silva e dona Ana.
Imediatamente adiante, estava a casa de Toinho de Frade e
dona Luísa Diniz. Vizinho, a majestosa casa de “seu” Manezim Pereira casado com
dona Lourdes e pai de Ceinha, Mundinho, Pacú, Boneca, Ninha, Bôza e Pedrinho. Continuando,
o sobrado de Chiquinho, seguido do sobrado onde morou o ex-prefeito Antônio
Maia e sua esposa dona Toinha com os filhos: Glicério, Lucinda, Guilherme e
Alexandre. Felizmente, esses dois sobrados, tombados pelo Patrimônio Histórico
Estadual, estão preservados em sua originalidade.
Continuando a subida, estava a casa do Coronel José Pereira
Lima que, vendida aos frades Carmelitas, em 1938, se transformou num prédio
para abrigar o cinema (onde hoje funciona a loja “Moda K”) e o Convento
daqueles religiosos, o que ainda hoje existe. Vizinho estava a casa de Elizeu Patriota
e sua esposa dona Elisa que eram pais de Inês, Zefinha, Véi, Maria e Terezinha.
Em seguida, a residência do japonês que foi o tesoureiro da Guerra de Princesa
e industrial do algodão, Eije Kumamoto casado com dona Marly Duarte, pais de
Ítalo, Bebé, Erinha e Edinho.
Parede-meia com a casa do japonês, a casa onde morou “seu”
Manoel Cardoso, depois, dona Antônia Gastão e, por fim, Miguel Rodrigues e dona
Juanita Cardoso (a primeira e única mulher, até hoje, a assumir a prefeitura de
Princesa). Na esquina, um prédio centenário onde funcionou a loja de tecidos do
meu pai, o major “Nequinho” e, depois, a loja de Miguel Rodrigues e, mais
recentemente, o bar e restaurante “O Botequim”.
Atravessando a rua, está a então chamada “Casa de Feira”, um
grande imóvel, solteiro de vizinhos, construído no final do século XIX, onde
funcionava o que se pode dizer: o shopping
Center de Princesa, pois, ali se instalava: a loja de miudezas de João
França, o hotel de João do Guirra; a loja de Marçal Brabo; o bar de Chico
França, a torrefação de café de Milton Bandeira (genro de Zé de Quincas) dentre
outros estabelecimentos comerciais de que não lembro.
Para terminar, tínhamos a antiga igreja Matriz que foi
criminosamente demolida e, no seu lugar, foi construída a Praça Coronel José
Pereira Lima. Para deleite dos saudosistas, está aí mais uma descrição que traz
à nossa memória um retrato da Princesa do passado mais recente.
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