ODE

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Nem tanto nem tão pouco

Semana passada, aconteceu, num Quartel da Polícia Militar do estado do Maranhão, uma formatura de cadetes daquela corporação, o que causou a maior polêmica quando um soldado gay convidou seu namorado para a solenidade de formatura e, no final do evento, como se estivessem numa cerimônia de casamento, beijaram-se na boca. O mesmo comportamento foi adotado por uma soldado que também repetiu a cena com sua namorada. O flagrante foi registrado numa foto que viralizou nas redes sociais, provocando uma nota expedida por um coronel da reserva daquela corporação criticando o fato, quando escreveu que aquilo se constituía um verdadeiro "avacalhamento" que contrariava o pundonor da briosa Polícia Militar do Maranhão.

São polêmicas desnecessárias deflagradas, tanto por aqueles que surgem agora libertos dos preconceitos de antanho, quanto pelos que já saíram da fila e insistem em preservar seus valores que não são mais os de hoje. O tempo em que vivemos é este e não podemos contrariar a realidade em defesa de comportamentos retrógrados que não existem mais, tampouco exceder na licenciosidade. Na verdade, vivemos num período de transição em que convivem novos livres com velhos amarrados a preconceitos, o que não tira nem dá razão a nenhum desses segmentos. No entanto, a realidade não tem de ser apenas respeitada, mas, assimilada como uma verdade inquestionável. Não podemos nem devemos maquilar, hipocritamente, aquilo que é fato. A fila anda.

Isso se exacerba quando os adeptos da chamada: "extrema direita" , aqueles que se dizem conservadores e adotam o lema: "Deus, Pátria e Família", em sua contumaz hipocrisia, insistem em dissimular a realidade quando tudo aceitam, desde que seja praticado por debaixo do pano. Tudo o que está aí, sempre existiu. O problema é que, para os que estão passando, isso não pode vir à luz. É o mesmo que recriminar um casal de jovens namorados que dormem juntos sem serem casados. Isso, antigamente, era um crime passível de morte: "Ou casa com ela ou casa comigo", dizia o pai da moça "violada" pelo namorado. Hoje, isso soa ridículo! Mesmo assim, os que hoje são livres devem ser comedidos para não provocar enfartes nos de pijamas, até porque, se a fila anda, estes já estão engomando.



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