Dois importantes filósofos que viveram no século XIX
diagnosticaram sobre fé e religião em paradigmas diferentes. Karl Marx
(1818-1883) disse: “A religião é o ópio do povo” e Friedrich Nietzsche
(1844-1900) cunhou: “Deus está morto”. Pelo visto, nenhum dos dois acertou em
suas previsões. As religiões continuam crescendo, se diversificando e mandando
na banca, e Deus, o protagonista de tudo, está vivíssimo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, no Brasil existem mais templos religiosos – cerca de 580
mil – do que Escolas (264 mil) e Hospitais (248 mil). Aqui se cuida mais da
cura d’almas do que do conhecimento ou da saúde. A situação é acentuada com um componente
novo: o crescimento das denominações evangélicas que, diferente da Igreja Católica
dos anos 60 e 70, que pregava a Teologia da Libertação, defende a Teologia da
Prosperidade.
É certo que as religiões, para muitos, funcionam como um
freio e, para os que apascentam as ovelhas, como uma catapulta social e
financeira. Não seria correto afirmarmos que é um mal necessário, mas é verdade
que a teoria da prosperidade, abandonada pela Igreja de Roma – por não carecer
mais dela – é o fundamento principal das Igrejas de orientação evangélica. Mais
vivos do que Deus estão aqueles que promovem a proliferação de templos.
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