A BAYER Alemã, empresa fabricante de
medicamentos mandou confeccionar e distribuir - pela primeira vez em 1930 -,
por todos os países do mundo, onde seus produtos eram comercializados, um
Calendário (suplemento de seu Almanaque Anual) ilustrado e, coincidentemente,
chegou também à nossa terra um desses calendários justamente no ano em que
ocorreu a chamada “Guerra de Princesa”. Nessa Folha – da qual possuímos
exemplar original e que retratamos acima -, estão contidas as datas mais
importantes da Revolta de Princesa, o que aqui reproduzimos como um resgate
histórico de grande importância:
18 e 19/02/1930 – Visita do
presidente João Pessoa a Princesa.
22/02/1930 – Rompimento do coronel José Pereira
com João Pessoa.
24/02/1930 – João Pessoa
exonera o prefeito e todas as autoridades estaduais de Princesa.
28/02/1930 – A polícia
paraibana - sob o comando do capitão Ascendino Feitosa -, invade a cidade de
Teixeira.
1º/03/1930 – Acontecem as eleições para a escolha
do presidente da República; senadores e deputados federais, pleito em que foi
eleita a chapa Júlio Prestes/Vital Soares que derrotou a composição Getúlio
Vargas/João Pessoa.
06/03/1930 – O presidente
João Pessoa cria o “Batalhão Provisório” para invadir Princesa.
14/03/1930 – Publicação pelo
“Jornal do Comércio” do Recife, do Manifesto do coronel José Pereira Lima, com
o título: “Princesa poderá ser
massacrada, mas não há de se render”.
22/03/1930 – A polícia
paraibana invade o povoado de Patos de Irerê e faz prisioneiras várias
mulheres, parentes do coronel José Pereira.
24/03/1930 – Os “Libertadores
de Princesa” libertam as prisioneiras e Patos de Irerê.
05/06/1930 – A chamada
“Coluna da Vitória”, enviada pelo governo da Paraíba, para invadir Princesa, é
destroçada pelos “Libertadores de Princesa” na altura do então distrito de Água
Branca.
09/06/1930 – O coronel José Pereira Lima emite e edita o Decreto nº
01 que estabeleceu a separação do município de Princesa do estado da Paraíba,
criando o “Território Livre de Princesa”. O documento foi assinado pelo coronel
José Pereira Lima, pelo prefeito, José Frazão de Medeiros Lima, e pelo
presidente do Conselho Municipal, Manoel Rodrigues Sinhô.
13/06/1930 – O Decreto que criou o “Território
Livre de Princesa” foi lido no Senado Federal, no Rio de Janeiro, pelo senador
Melo Viana e, na Câmara Federal, pelo deputado paraibano Flávio Ribeiro
Coutinho, ocasião em que foi apresentado um exemplar do “Jornal de Princêza”.
21/06/1930 – O Decreto nº 01
foi publicado na primeira página do “Jornal de Princêza”.
06/07/1930 – Um pequeno avião
sobrevoa Princesa e despeja panfletos comunicando que a cidade seria
bombardeada dentro de 24 horas.
26/07/1930 – João Pessoa é
assassinado por João Dantas na Confeitaria “Glória”, em Recife.
11/08/1930 – Princesa é
ocupada por uma coluna do Exército Brasileiro, comandada pelo capitão João
Facó.
19/08/1930 – O coronel José Pereira Lima dissolve
suas forças e entrega armamentos e munições ao comandante do Exército que
ocupava Princesa.
29/09/1930 – A polícia da
Paraíba - comandada pelo capitão Emerson Benjamin -, que não conseguiu vencer a
insurreição durante a luta, ocupa Princesa com 360 soldados.
03/10/1930 – Eclode no Brasil
o movimento revolucionário, conhecido como a “Revolução de 1930”.
05/10/1930 – O coronel José
Pereira, com prisão decretada pelos revolucionários, deixa Princesa em fuga
pelo Nordeste.
10/10/1930 – Foi nomeado,
através do Decreto nº 108, assinado pelo então Governador do Norte, José
Américo de Almeida, o senhor Nominando Muniz Diniz, para o cargo de prefeito de
Princesa.
18/10/1930 – Sob a chefia do
senhor Joaquim Sérgio Diniz (cunhado do prefeito Nominando Diniz), que se fez
acompanhar do Delegado de Polícia Antônio Muniz Diniz (irmão do prefeito), do
soldado de polícia Joaquim Agostinho e do sargento Isidoro, a casa do coronel
José Pereira foi invadida, incendiada sua biblioteca, arrombado o cofre e
surrupiados documentos e cartas.
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