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terça-feira, 17 de dezembro de 2024

"COQUINHO", A MULHER E O FUNDO

"Coquinho" era um funileiro que viveu em Princesa, trabalhando aqui até o final dos anos 1970. Solteirão, era o que chamavam à época de "rapaz velho". Soldava e reconstruía panelas, penicos, bacias, jarros, etc. Era um mestre no conserto de utensílios domésticos naquele tempo em que, tudo isso, era raro e muito caro. Certo dia, uma senhora da alta sociedade princesense o procurou com uma panela a ser consertada. A panela, que era de boa qualidade, estava com o fundo danificado e, a mulher, queria aproveitá-la colocando um fundo novo.

Questionado por quanto sairia o conserto, Coquinho informou à madame: "Para botar o fundo, dona, eu cobro "destões". Ao que a mulher propôs: "E, se eu der o fundo?" Animado, Coquinho respondeu com um risinho no canto da boca: "Ah... Sendo assim, eu boto de graça!" A madame, indignada com a falta de respeito, esbravejou: "Tome vergonha na sua cara, eu sou uma mulher de respeito!" Atônito com a reação violenta da senhora, Coquinho tentou consertar: "Mas... Foi a senhora quem ofereceu o fundo. Da panela, claro". A mulher retirou-se brava.



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