João Fernandes, os ovos
e o bode
João Fernandes, era um comerciante de Princesa, membro de
família tradicional, homem muito religioso, franciscano e muito encartado. De
tudo fazia uma piada, uma estória engraçada. Certo dia, por ocasião de seu
aniversário, alguns dos seus muitos filhos, liderados por um deles, o
comerciante Joca Fernandes, o convidaram, a título de comemoração, para almoçar
no restaurante de Maria de Olavo, no Bairro Maia. Chegados ao restaurante,
passaram a tomar seus lugares à mesa. Ao puxar uma das cadeiras para sentar-se,
João Fernandes foi alertado, quase aos gritos, pela dona do restaurante: “’Seu’
João! Tenha cuidado nos ovos...” Atento ao aviso de Maria de Olavo, João
Fernandes observou que, sobre a cadeira que puxara de sob a mesa, para
sentar-se, havia um pacote.
Diante do alerta da dona do restaurante, foi logo pegando o
embrulho. Surpreso com o peso do pacote, Fernandes perguntou: “Oxente, Maria,
isso é ovo?” Maria respondeu de pronto: “Não, é grampo de cerca”. João
Fernandes, sorrindo baixinho, pôs o pacote em cima de outra mesa e sentou-se
para almoçar. Acomodados, começaram todos a servirem-se daquele repasto de
aniversário. Naqueles meios, quando “seu” João já terminava de fazer seu prato,
Maria chegou mais perto, com uma tigela às mãos, parabenizou o aniversariante e
perguntou: “’Seu’ João, o senhor come bode?” João Fernandes, que já começara a
comer, sem levantar a cabeça, respondeu de chofre: “Se tiver quem segure...”
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