ODE

quarta-feira, 24 de abril de 2019

“ROLÊ” NA CAPITAL FEDERAL


    Capitaneados pelo excelentíssimo senhor Prefeito Municipal e pelo primeiro casal do Poder Legislativo, os edis mirins: Arnaldo de Zé da Laje; Jaildo da Cachoeira e Valmir Pereira – novéis adesistas ao “projeto” do senhor Ricardo Pereira -, assessorados pelo secretário de finanças do município, o senhor Fábio Braz, em viagem a Brasília nos dias 08, 09, 10 e 11 deste mês de abril de 2019, protagonizaram o que podemos chamar de “farra com o dinheiro público”.
    Por ocasião da “Marcha dos Prefeitos” – evento que acontece anualmente em Brasília -, os vereadores acima mencionados, a convite do prefeito, acompanharam-no nessa viagem, numa situação que se apresenta debochada, voluntariosa e arrogante; tudo isso financiado pelo dinheiro do povo com o intuito único de divertirem-se nesse “rolê” por Brasília a expensas da população princesense. Justifica-se essa crítica pelo que se constata desnecessário esse périplo nesse momento de crise por que passa o nosso município, principalmente pelo fato de que a “Marcha”, é dos prefeitos e não de vereadores; senão vejamos: enquanto se divertem em Brasília, os novos adesistas, num mimo promovido pelo prefeito em agradecimento pelas suas fidelidades partidárias, os moradores dos Bairros “São Silvestre” e “Conjunto Poeta João Paraibano” sofrem sem ter água encanada; enquanto viajam para Brasília – o prefeito e seus recentes aliados -, as nossas gestantes viajam para Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Patos ou Campina Grande em busca de um local adequado para parir. No momento em que os novos adeptos do “projeto” do prefeito se deslumbram no Planalto Central, servidores contratados e comissionados estão com salários atrasados em até três meses e diaristas (aqueles que varrem as ruas e recolhem os lixos) já têm dois meses sem receberem seus parcos salários. Diante desse quadro, fica estarrecida a população com o acinte promovido pelo chefe do Poder Executivo Municipal quando desrespeita toda a população.
    Aliás, falando em quadro - como se não bastasse a farra federal -, o prefeito, no último final de semana, por ocasião da vinda do governador do Estado, o senhor João Azevedo à nossa cidade, o presenteou com um óleo - de autoria do artista plástico Antônio Maximiano Roberto -, retratando o dramaturgo paraibano, Ariano Suassuna, pertencente à Prefeitura Municipal de Princesa, sem autorização da Câmara Municipal. Isso se constitui grave irregularidade, pois, não pode nem deve o prefeito, dispor do que é público para presentear a quem quer que seja sem a devida autorização do Poder Legislativo. Tal comportamento vem causando sério constrangimento, pois, já se fala até em devolução pelo governador do agrado irregular concedido pelo prefeito. Isso prova a arrogância do senhor Ricardo Pereira quando acha que pode tudo e está acima de todos. É tão acintoso e desprovido de ética educacional, o chefe do Governo Municipal, que se proclama “bom” e tipifica os prefeitos que lhe antecederam de “bostas”. Onde nós estamos? Governados por um homem emocionalmente desequilibrado, useiro e vezeiro de termos chulos para se referir a assuntos sérios; um cidadão que não respeita nada nem ninguém no seu afã de proclamar-se o melhor em detrimento de tudo e de todos?
    Voltando a Brasília: não bastasse a zona com o dinheiro do povo, os recentes adesistas postaram fotos – todos com largos sorrisos nas caras – acompanhadas de legendas como uma que diz: “BRASÍLIA É NOSSA! VALEU RICARDO PEREIRA!”. Deboche maior não poderiam promover. Essas fotos circularam nas redes sociais em Princesa, provocando fúria na população sofrida. Preocupados com a repercussão negativa provocada pelo acinte oficial, orientados pelo prefeito correram, os vereadores, aos gabinetes do senador e deputados aliados para redigirem e protocolarem requerimentos solicitando obras e benefícios para os que ficaram em Princesa. Ora, a emenda saiu pior do que o soneto uma vez que todo mundo sabe que, para encaminhar requerimentos aos parlamentares superiores não se faz necessário ir a Brasília. Ademais, nesse caso, o próprio prefeito poderia ser o portador dessas “importantes” proposituras. Mas, não! Após as fotos da “farra”, fizeram-se fotografar nos gabinetes do senador Veneziano Vital do Rêgo e dos deputados Hugo Motta e Ruy Carneiro, como se isso justificasse a falta de respeito com o povo. Fui prefeito de Princesa durante quase cinco anos; fiz várias viagens a Brasília, mas nunca me fiz acompanhar por nenhum vereador, parente ou amigo. Sempre estive a serviço do município. Mas, hoje não: Brasília é logo ali para muitos dos apaniguados do prefeito. E, o pior, é que diante das críticas a esse tipo de comportamento e à sua administração destrambelhada, o prefeito reage furioso se trocando com todos nas redes sociais; o que não é recomendável para um chefe de poder, para a maior autoridade do município. Eu faço oposição a esse governo, às vezes, até de forma furiosa. Acontece que, oposição com fúria pode ser justificável, governar furiosamente é desaconselhável. Esperamos que, quando o prefeito descer do Planalto Central e subir a Chapada da Borborema, lembre-se daquele dito romano destinado aos generais que venciam as guerras e eram ovacionados pelo povo em grandes concentrações: “Lembra-te que és apenas um homem”.

ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 11 DE ABRIL DE 2019.

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