ODE

quarta-feira, 24 de abril de 2019

A ARTE DE GOVERNAR


Pela primeira vez o prefeito de Princesa pode ser comparado com algo que tem alguma importância no campo do poder. Comparação para fazer desmedida avaliação de sua performance frente à administração pública municipal usando como parâmetro o pífio início de empreitada maior que já se apresenta fadada a ter como escola o que se pratica no burgo de Nascimento. As diferenças, em termos de proporção, são imensas. Porém, a comparações, quando apresentadas, afloram comportamentos similares: O de Brasília, inspirado no daqui de Princesa prometeu também transformar, em breve espaço de tempo, tudo num paraíso. Cercado de graduados anjos domésticos já promoveu algumas estripulias que denotam pouco compromisso com a moralidade quanto ao desempenho da atividade pública. O daqui, rodeado de auxiliares competentes e bem intencionados, já queimou todas as etapas: fechou o que tinha de fechar (hospital, escolas, matadouro, museu, etc.): atrasou o que tinha de atrasar (salários, fornecedores, prestadores de serviço, etc.); comprou o que tinha de comprar (vereadores, suplentes, caráteres, etc.). O de lá nem fechou, atrasou ou comprou nada. Seu feito maior – na contramão da história, pois, enquanto os governos de países civilizados estão preocupados com a crescente violência promovida por matadores em série estão promovendo desarmamentos – tem sido a concessão do direito de qualquer um possuir uma arma de fogo “para se defender”. Aliás, o símbolo de sua campanha era um gesto apologético à violência. Ambos são mestres e contumazes em conversar besteira. O daqui, em sua viciada verborragia de papagaio: à priori, à posteriori, extremamente, estado democrático de direito, republicano, etc. O de lá, “tuitando” incessantemente vive a postar bobagens que só dificultam seu relacionamento com os demais poderes. Uma das poucas diferenças entre os dois é que, o daqui, maninho, não tem filhos pra infernizar sua vida; enquanto o de lá, prolífico, vive com as mãos na cabeça tentando conter os excessos de seus rebentos numerados. Os dois, pretensos donos da verdade, adotando comportamento esnobe, brigam com a imprensa. O de lá (que não é “besta”), escolheu a Rede Globo para bater e, o de cá (que é mais “sabido” ainda), o jornalista Eudo Nicolau. Ganharam de presente, ambos, a oposição diária desse jornalismo que tem potencial poder de destruição. Tomara que graças a essas inteligentes opções, colham o que plantaram: o primeiro terá acabado no nascedouro o que (sem script) tenta começar e, o segundo, está tendo realçado o que vem acabando desde que começou. Alguns governantes já disseram: “Governar é fazer estradas”; “Governar é promover o bem comum”; “Governar é educar os nossos jovens”; etc. Esse dois, na contramão da história, acham que governar é conversar besteira. É exibir-se diante do próprio espelho dirigindo governos de fancaria acreditando-se “salvadores da pátria” e ungidos por um deus que eles próprios criaram somente para isso. É verdade que governar é arte. Mas, esses dois, vão terminar mesmo é fazendo um arte.

Escrito em 23 de março de 2019 por Domingos Sávio Maximiano Roberto.

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