O GUARDA-LIVROS, O MENINO E A CACHAÇA.
Doutor Valdério Siqueira de Vasconcelos - hoje juiz aposentado - foi
titular da Promotoria Pública de Princesa nos fins da década de 1970 e início
da de 1980. Aqui, casou-se com a princesense Rosana Frazão e fez muitas
amizades. Contador de histórias e muito espirituoso, doutor Valdério, que
nasceu em São José do Egito, era filho do guarda-livros Paulino Davi e contava
que seu pai, aos domingos, levava seus trabalhos contábeis para fazer em casa
e, enquanto trabalhava, gostava de tomar umas lapadas de cachaça. O problema é
que, naquela época, homens de bem não eram bem vistos quando ingeriam a bebida
que era normalmente consumida pelos pobretões. Assim sendo, Paulino Davi bebia
escondido. Para tanto, logo cedo mandava Valdério (ainda menino), ir comprar
cachaça num copo coberto por um papel para que ninguém visse seu conteúdo.
Mandava o filho a essa incumbência uma, duas, três vezes... Quando já estava
puxando fogo, criava coragem e dizia: “ô
menino! Vai à bodega de compadre Antônio e compra duas garrafas de cachaça
marca ‘olho’ e vem batendo uma na outra e gritando que é pra Paulino Davi beber
nessa pôrra!”.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 06 de setembro de2019).
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