JOAQUIM MARIANO, MIRON MAIA E OS
CACHORROS
A feira livre de
Princesa, como sabem todos, acontece aos sábados. Certo dia de feira, o então
vice-prefeito de Princesa, Miron Maia se encontrava na calçada de sua casa -
situada no final da “Rua Grande” -, na companhia de alguns amigos quando ia
passando pela rua, o fazendeiro Joaquim Mariano, com uma caixa de papelão às
mãos. Instado por Miron, que o cumprimentou, os dois encetaram o seguinte diálogo:
- Bom dia compadre Joaquim, vai à feira?
- Vou compadre. Vou lá no açougue receber o dinheiro de uns
bois que eu vendi quinta-feira.
- E o que é isso que leva nessa caixa?
- Uns cachorros novos.
- Cachorros? Oxente, pra quê compadre?
- Pra vender.
- Vender??? Mas compadre tenha jura, você um homem rico se
passando pra isso? Vender cachorro novo na feira? Homem, você não precisa disso
não...
Joaquim Mariano deu
calado por resposta e seguiu se caminho. Miron, como é de praxe, ficou a
comentar com os amigos sobre o fato, censurando o compadre muquirana. Findo o
papo na calçada, Maia sentou-se, sozinho, numa cadeira de balanço e ali ficou a
cochilar. De repente, ouviu um grito:
- Compadre Miron!!!
De um salto Maia
pôs-se de pé já dizendo:
- Oxente, compadre Joaquim, tá doido?
Joaquim Mariano,
com um maço de cédulas de dinheiro às mãos, foi logo dizendo:
- Pronto, compadre, me diga agora aqui qual é o dinheiro dos
bois e o dinheiro dos cachorros?
Miron, pasmo com a
desforra do compadre, ficou calado, sem argumentos perante aquela inteligência
avarenta.
(ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 29 DE FEVEREIRO DE 2020).
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