Quero morrer antes de Aldo Lopes. Sei que não estou à altura
de Paulo Mariano ou de Maria Aquina, mas, quero um “Memorial” desses também.
Preferiria que, a exemplo do que fez com Paulo, antecipasse a peça. Gostaria de
deleitar-me com a homenagem ainda por aqui. Vai escrever assim pra lá! Sei que
o meu será mais difícil de fazer porque o grande Aldo vai ter de inventar um
bocado de coisas. E essa capacidade elaborativa ele tem de sobra e está
guardada porque não precisou usar nos memorias de Paulo e de Aquina. Com
certeza tá toda guardada pra mim e para alguns tai-de-faca que hão de morrer e
que ele, depois que inventou isso, vai ter de escrever sobre. Lascou-se! Nesse agora, Aldo superou-se. Retratou a nossa
querida amiga Maria Aquina numa radiografia de vida completa. Disse tudo.
Comparou-a, com muita propriedade, à coronela cearense, dona Fideralina Augusto
das Lavras de Mangabeira. Aquina foi mesmo uma Fideralina. Delegada de Princesa
exerceu o cargo com tanto destemor que a comparavam com “Chica Bandeira”, a
delegada de Sucupira. Em casa, Zoma supria e Aquina dirigia. Como bem disse
Aldo, ela dirigia tudo, mandava em tudo e em todos. Mandou até na “doença
escrota” quando protelou ao máximo o desfecho. Aldo não quis vê-la morta. Eu,
não quis vê-la doente, porém, quando recebi a notícia de sua ida, não resisti
da vontade de vê-la pela última vez. Quando me deparei com a minha amiga
inerte, chorei feito um desvalido. É o nunca mais da morte.
(ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 27 DE MARÇO DE 2020).
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