ODE

terça-feira, 6 de outubro de 2020

90 ANOS DA GUERRA DE PRINCESA – CRONOLOGIA DE UM CONFLITO

 


ESTOURA A REVOLUÇÃO DE 1930

No dia 3 de outubro de 1930, eclodiu a Revolução de 1930. Movimento que há muito vinha sendo urdido pelos tenentes, com o patrocínio de políticos de três dos Estados da Federação (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba), conluiados na Aliança Liberal, iniciou-se no Rio Grande do Sul e logo se espraiou por todo o Brasil. Na Paraíba, o movimento teve início no final da tarde do dia 3 e, já na noite do dia 4 de outubro tudo estava consumado com a vitória da Revolução em nosso Estado.

Em Princesa – ocupada por forças federais -, resistência alguma houve ao movimento. Já no dia 4, os oficiais do Exército aqui estacionado, procuraram o coronel José Pereira, o informaram do sucesso do movimento revolucionário na Paraíba e em quase todo o país e, graças à amizade desenvolvida entre aqueles oficiais e o coronel que os recebeu e os acomodou prestimosamente na cidade, aconselharam o líder princesense a fugir da cidade. Argumentaram sobre a temeridade pela integridade física do Coronel, alegando o expresso recebimento de ordens do líder revolucionário, Juarez Távora, que da Bahia, expediu telegrama recomendando a prisão de José Pereira e sua condução para a cidade de Salvador, capital baiana. 

De têmpera estoica, porém inteligente e sabedor de que era alvo preferencial dos inimigos do Velho Regime, mesmo contrafeito, o coronel atendeu às recomendações dos militares. Reuniu a família e os amigos e comunicou o acatamento dos conselhos dos oficiais, pedindo a todos calma e tranquilidade para o atravessamento daquele momento crucial de sua vida. Sabia Zé Pereira, que a partir dali, seria um foragido e que seria perseguido sem trégua pelos novos donos do poder. Entendia que o ódio acumulado daqueles que não lograram ocupar Princesa, era agora o combustível principal que moveria forças em perseguição de sua pessoa. Considerada como o estopim daquele movimento revolucionário, Princesa, se revelava como símbolo a ser destruído pela Nova Ordem (o que veremos adiante), e seu líder maior [Zé Pereira], era o alvo principal.

Diante dessa vexatória situação, mais do que depressa, na madrugada do dia 6 de outubro, o Coronel, despediu-se da família e de seus correligionários, convocou alguns amigos para lhe servirem como seguranças em sua travessia até o estado de Pernambuco e, no entardecer daquele dia, da cidade pernambucana de Flores - onde deixou acantonada sua família, em segurança e sob a guarda e proteção de amigos leais -, partiu para seu atribulado exílio que durou longos seis anos. 

DSMR, EM 06 DE OUTUBRO DE 2020.

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