ESTOURA A REVOLUÇÃO DE
1930
No dia 3 de outubro de 1930, eclodiu a Revolução de 1930.
Movimento que há muito vinha sendo urdido pelos tenentes, com o patrocínio de
políticos de três dos Estados da Federação (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
Paraíba), conluiados na Aliança Liberal, iniciou-se no Rio Grande do Sul e logo
se espraiou por todo o Brasil. Na Paraíba, o movimento teve início no final da
tarde do dia 3 e, já na noite do dia 4 de outubro tudo estava consumado com a
vitória da Revolução em nosso Estado.
Em Princesa – ocupada por forças federais -, resistência
alguma houve ao movimento. Já no dia 4, os oficiais do Exército aqui
estacionado, procuraram o coronel José Pereira, o informaram do sucesso do
movimento revolucionário na Paraíba e em quase todo o país e, graças à amizade
desenvolvida entre aqueles oficiais e o coronel que os recebeu e os acomodou
prestimosamente na cidade, aconselharam o líder princesense a fugir da cidade. Argumentaram
sobre a temeridade pela integridade física do Coronel, alegando o expresso
recebimento de ordens do líder revolucionário, Juarez Távora, que da Bahia,
expediu telegrama recomendando a prisão de José Pereira e sua condução para a
cidade de Salvador, capital baiana.
De têmpera estoica, porém inteligente e sabedor de que era
alvo preferencial dos inimigos do Velho Regime, mesmo contrafeito, o coronel
atendeu às recomendações dos militares. Reuniu a família e os amigos e
comunicou o acatamento dos conselhos dos oficiais, pedindo a todos calma e
tranquilidade para o atravessamento daquele momento crucial de sua vida. Sabia
Zé Pereira, que a partir dali, seria um foragido e que seria perseguido sem
trégua pelos novos donos do poder. Entendia que o ódio acumulado daqueles que
não lograram ocupar Princesa, era agora o combustível principal que moveria
forças em perseguição de sua pessoa. Considerada como o estopim daquele
movimento revolucionário, Princesa, se revelava como símbolo a ser destruído
pela Nova Ordem (o que veremos adiante), e seu líder maior [Zé Pereira], era o
alvo principal.
Diante dessa vexatória situação, mais do que depressa, na
madrugada do dia 6 de outubro, o Coronel, despediu-se da família e de seus
correligionários, convocou alguns amigos para lhe servirem como seguranças em
sua travessia até o estado de Pernambuco e, no entardecer daquele dia, da
cidade pernambucana de Flores - onde deixou acantonada sua família, em
segurança e sob a guarda e proteção de amigos leais -, partiu para seu
atribulado exílio que durou longos seis anos.
DSMR, EM 06 DE OUTUBRO DE 2020.
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