ODE

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

JUSTIÇA QUE SE ATRAVESSA COM ÁGUA PELO MOCOTÓ

 



A Justiça do Brasil é mesmo uma piada. Ontem, todos os noticiários televisivos se ocuparam por um bom tempo, com a transmissão ao vivo, do julgamento do traficante internacional, André do Rap. Não bastasse isso, a exemplo do que ocorreu em Princesa, com a liberação do condenado em segunda instância, Ricardo Pereira do Nascimento, pelo STJ – Superior Tribunal de Justiça para ser candidato à reeleição; o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, liberou também o prefeito do Rio de Janeiro - inelegível e acusado de corrupção -, Marcelo Crivella, para concorrer à reeleição. Na esteira de tudo isso, um ministro do STF – Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, liberou um dos traficantes mais perigosos do país, André do Rap e, na sequência o presidente daquela Corte Superior o mandou prender de novo. Para completar o caos - o que provoca notória insegurança jurídica -, o colegiado do mesmo STF - que tem a precípua incumbência de guardar a Constituição Federal -, se reuniu, tal qual numa apresentação circense, para julgar a legalidade da soltura ou não do dito traficante.

Em face disso, fica a pergunta que não quer calar: o que vale mais, se o que determina a Lei da Ficha Limpa ou as liminares monocráticas de desembargadores e ministros poderosos demais? Falam, a boca pequena, que as liminares, além de servirem para liberar inelegíveis condenados por corrupção e soltar bandidos perigosos, têm também o condão de rechear os bolsos de assessores jurídicos espertos que, supostamente, exercitam as rachadinhas com alguns que têm o poder de assinar sem saber do que se trata, ou tratando também de seus ávidos alforjes. Enquanto isso, os Crivellas e os Nascimentos são liberados, ao som do rap de André (também solto), para se candidatarem de novo. Diante de tudo isso depreende-se que, o que era para ser limpo, fica por demais fedorento. É o Brasil.

DSMR, EM 15 DE OUTUBRO DE 2020.

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