As eleições municipais do último dia 15 de novembro, na
região polarizada por Princesa, trouxeram uma renovação de, aproximadamente,
70% dos prefeitos eleitos. Enquanto Princesa e Água Branca reelegeram seus
administradores, Juru, Tavares, São José de Princesa e Manaíra, escolheram
novos nomes para as cadeiras de prefeitos. Começando do lado oeste para o
leste, em Água Branca, foi reconduzido o prefeito Tom Firmino que, com uma
maioria elástica para os padrões daquela comuna, em face de haver comandado um
primeiro governo de forma razoável, foi reeleito, desbancando mais uma vez seus
primos, pertencentes ao mesmo clã que governa Água Branca desde sua fundação,
em 1959. Em Juru, sob as bênçãos do prefeito Luís Galvão e da primeira-dama,
Dorinha Galvão, foi ungida por estes, como candidata, a primeira mulher para
comandar aquela cidade e, numa demonstração de que o trabalho de Galvão foi
profícuo, o povo elegeu prefeita a vereadora Solange, com ampla maioria. Já o
município de Tavares, em promoção de um concerto político impensável, o atual
prefeito, Ailton Suassuna, apoiou seu adversário da campanha anterior e elegeu,
Coco de Odálio, empresário do ramo da construção civil, com uma maioria
inesperada. Em Princesa, como é sabido, foi reeleito o prefeito, Ricardo
Pereira do Nascimento que, beneficiado com a divisão das oposições, obteve
êxito nas urnas (ainda questionado na justiça), com uma maioria bem menor (623
votos), do que a obtida na eleição de 2016 (900 sufrágios). Em São José de
Princesa, cumprindo a tradição que remonta à sua fundação, em 1996, o grupo
liderado pelo ex-prefeito Luís de Matuto, elegeu o filho deste, Juliano Matuto
para comandar os destinos daquela cidade até 2024. Em Manaíra, único município
da região em que o prefeito não conseguiu ser reeleito, em que pese haver feito
uma boa administração, o prefeito Nel não logrou sucesso nas urnas, quando foi
derrotado pelo médico, doutor Messias Simão. É claro e inquestionável para
todos que, quando a urna fala, revela a vontade popular. Porém, é sabido por
todos também que eleições no interior do Brasil (principalmente na Paraíba),
são movidas, principalmente, pelo poder financeiro. Ademais - salvo raras
exceções -, é praxe de quem está no poder, levar descomunal vantagem em relação
aos postulantes solteiros desse benefício. Mesmo assim, ninguém tem do que
lamentar, urna fechada, voto incinerado e bola pra frente. Resta agora, apenas
torcer para que os eleitos deem certo.
DSMR, em 29 de dezembro de 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário