A fala do presidente Bolsonaro, hoje, em solenidade no
Palácio do Planalto, foi por demais emblemática. Sugerindo que as pessoas que
já tiveram Covid-19, ou que já foram imunizadas pelas vacinas, deverão
abandonar as máscaras, Bolsonaro mandou um recado ao ministro da Saúde, se
referindo ao mesmo como “Um tal Queiroga”,
para que providenciasse estudo sobre a não obrigatoriedade do uso de máscaras
para quem não está infectado. Esse recado ao “tal Queiroga”, já se traduz numa
insatisfação de Bolsonaro quanto ao depoimento do ministro, na CPI, contrário
ao uso de cloroquina.
Essa estratégia suicida, defendida pelo chefe do Poder Executivo,
coloca Queiroga em saia justa. Enquanto o Ministério da Saúde orienta para o
uso obrigatório de máscaras, baseado em decreto presidencial, o próprio
presidente desobedece essa norma, provocando aglomerações públicas, sem máscara
e, agora, quer institucionalizar isso. O impacto negativo da fala presidencial,
além de depor contra os protocolos oficiais, só nos permite uma tradução: a
fritura do ministro Queiroga. Pelo visto, teremos, em dois anos e meio de
governo, o quinto ministro da saúde. Tchau Queiroga.
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