Há pouco mais de dois anos (02/12/2018), o Museu Nacional foi
consumido pelo fogo. A memória nacional foi quase toda incinerada por descuido,
falta de manutenção e irresponsabilidade oficial. Ontem (29/07/2021), foi a vez
da Cinemateca Nacional. Antes administrada pela Fundação Roquete Pinto, aquela
instituição, por falta de recursos, passou a ser tocada pelo Governo Federal.
Isso só no nome porque verba, nenhuma.
Um dos galpões, onde estavam guardadas mais de 2000 cópias de
fitas acondicionadas em rolos, contendo películas, algumas que datam do século
XIX, foram completamente destruídas por um incêndio. Enquanto o fogo crepitava,
sua excelência o presidente da República, fazia uma live denunciando fraudes nas eleições de 2014 e 2018, e defendendo
a instituição do voto impresso, a que ele chama de “auditável”.
Auditoria deveria ter havido nas instalações elétricas
daquele galpão em que estavam jogadas relíquias do cinema acional e
estrangeiro. Salta aos olhos a insensibilidade desse governo com as coisas da
cultura e do meio-ambiente. O mesmo fogo que queima sem pena, a Amazônia, está
agora destruindo a memória cinematográfica nacional e estrangeira no Brasil.
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