Eduardo, Ana e o Gato
Eduardo Ferreira da Luz, mais conhecido como “Eduardo
Cabeludo”, casou-se com Ana e partiu para morar em São Paulo. De lá ele já
tinha vindo, depois de ali morar por vários anos. Portanto, dá-se a entender
que conhecia bem a cidade. Ledo engano, como veremos a seguir.
Chegando a “Sampa”, Eduardo alugou uma pequena casa,
mobiliou-a e passaram a viver, os dois, ele e Ana, seu idílio amoroso na
Capital da Garoa. Logo no dia seguinte à tomada de casa, Eduardo notou que
havia ali, um gato. Um bicho marrom, do rabo grosso, que logo caiu nas graças
de Ana. O marido, mesmo gostando de animais de estimação, sem querer dividir o
amor de Ana com o bichano, sentenciou:
- Ana, pode dar fim a esse gato. Não quero ele aqui.
Todos sabemos, que cachorro é do dono, mas gato, é da casa.
Ana, obediente ao marido, botou o gato pra fora e não lhe deu mais de comer.
Mesmo assim, o gato insistiu. Pulava a porta, entrava pela janela. Não dava
sossego. Vendo isso, Eduardo decidiu botar o gato num saco e levá-lo para bem
longe. Assim fez.
Num dia de domingo de manhã, de folga do trabalho, Eduardo
resolveu levar o gato embora. Botou-o num saco, entrou no primeiro ônibus que
viu e decidiu que só desembarcaria na última parada. Chegando ao final da
linha, desceu do ônibus com o saco à mão e começou a caminhar de forma
aleatória com o intuito de confundir o gato. Entrou e saiu de várias ruelas e,
por fim, soltou o bicho.
Satisfeito com a missão cumprida, preparou-se para voltar pra
casa. Foi para o ponto de ônibus e observou que todos os ônibus que passavam
não tinham escrito no painel de cima, o destino; constava apenas números. Mesmo
assim, entrou num desses veículos e partiu na intenção de, chegando no centro
da cidade, ter alguma orientação. Em vão. Rodou, rodou e nada de saber onde
estava.
Sem alternativa, ligou pra Ana:
- Ana, vai na esquina, olha a placa na parede e me diz o nome
dessa rua.
- Pra quê, Eduardo? – Perguntou a mulher.
- Homi, eu tô perdido e tenho de pegar um táxi. Já soltei o
gato e não tô sabendo voltar pra casa – respondeu Eduardo.
- Oxente Eduardo, pois o gato já tá aqui de novo.
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