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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Bolsonaro num beco sem saída

Eleito presidente da República num momento especial da política nacional, Jair Messias Bolsonaro, se encontra agora - às vésperas das eleições de outubro deste ano -, num beco sem saída. O cenário que se apresenta, ditado por todas as pesquisas de intenção de votos, dão o ex-presidente Lula como favorito nessa corrida pré-eleitoral e, Bolsonaro, patinando num segundo lugar, longe do primeiro.

Preocupados com essa situação e na tentativa de reverter esse quadro negativo, os aliados do presidente – em sua maioria, restritos aos componentes do chamado “centrão” – estão tentando manobrar politicamente para que o presidente abra um pacote de bondades sociais. Essa intenção esbarra na negativa do Ministro da Economia. Paulo Guedes, na contramão do “centrão”, alega que não existe dinheiro, tampouco orçamento para esse fim. 

Diante disso, as agruras dos aliados fisiológicos aumentam quando percebem que Bolsonaro insiste em seu comportamento errático, voltado a agradar aos aliados mais radicais, se recusando em mudar seu discurso para atrair eleitores menos radicais. O presidente não percebe essa necessidade porque acredita que foi eleito graças ao discurso de extrema direita. Ledo engano. Sua vitória deveu-se exclusivamente ao antipetismo que grassava em 2018.

Hoje, os tempos são outros. Em face da constatação, dos eleitores, da incapacidade administrativa, do negacionismo quanto ao combate à pandemia, somado à péssima performance da economia no governo Bolsonaro, os ventos sopram ao contrário. Restou ao presidente os poucos 25% que lhe apoiam em qualquer situação. Agrava-se a situação quando se constata que, se Bolsonaro retroceder e mudar o discurso, pode perder votos de seus devotos, pois, agora, com a pré-candidatura de Sergio Moro, os insatisfeitos com o presidente têm para onde ir.




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