Eleito presidente da República num momento especial da
política nacional, Jair Messias Bolsonaro, se encontra agora - às vésperas das
eleições de outubro deste ano -, num beco sem saída. O cenário que se
apresenta, ditado por todas as pesquisas de intenção de votos, dão o
ex-presidente Lula como favorito nessa corrida pré-eleitoral e, Bolsonaro,
patinando num segundo lugar, longe do primeiro.
Preocupados com essa situação e na tentativa de reverter esse
quadro negativo, os aliados do presidente – em sua maioria, restritos aos
componentes do chamado “centrão” – estão tentando manobrar politicamente para
que o presidente abra um pacote de bondades sociais. Essa intenção esbarra na
negativa do Ministro da Economia. Paulo Guedes, na contramão do “centrão”,
alega que não existe dinheiro, tampouco orçamento para esse fim.
Diante disso, as agruras dos aliados fisiológicos aumentam
quando percebem que Bolsonaro insiste em seu comportamento errático, voltado a
agradar aos aliados mais radicais, se recusando em mudar seu discurso para
atrair eleitores menos radicais. O presidente não percebe essa necessidade
porque acredita que foi eleito graças ao discurso de extrema direita. Ledo
engano. Sua vitória deveu-se exclusivamente ao antipetismo que grassava em
2018.
Hoje, os tempos são outros. Em face da constatação, dos
eleitores, da incapacidade administrativa, do negacionismo quanto ao combate à
pandemia, somado à péssima performance da economia no governo Bolsonaro, os
ventos sopram ao contrário. Restou ao presidente os poucos 25% que lhe apoiam
em qualquer situação. Agrava-se a situação quando se constata que, se Bolsonaro
retroceder e mudar o discurso, pode perder votos de seus devotos, pois, agora,
com a pré-candidatura de Sergio Moro, os insatisfeitos com o presidente têm
para onde ir.
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