Campanha eleitoral só acaba quando termina e eleição só se
ganha quando se abrem as urnas. Quem não se lembra da campanha eleitoral de
2002? Naquele pleito, concorriam para o Senado Federal - numa coligação do PSDB
com o PFL, que apoiava Cássio Cunha Lima (PSDB) para governador -, o
ex-governador Wilson Braga e o então deputado federal, Efraim Morais, ambos
pelo PFL. Pelo PMDB, concorria o ex-governador José Maranhão. Eram duas as vagas
para o Senado e todos davam como certas as eleições dos dois ex-governadores
(Braga e Maranhão).
Fazendo jus à assertiva do início desta matéria, as
expectativas foram contrariadas. Faltando poucos dias para a eleição, o então
candidato a governador, Cássio Cunha Lima, diante da constatação de um certo
marasmo na campanha, convocou uma reunião, em Campina Grande, com toda a
militância do Estado. Na ocasião, todos discursaram, mas foi a fala do
candidato a senador, Efraim Morais, que empolgou a todos. Num antológico discurso,
bem elaborado, apelativo e por demais eloquente, Morais levantou a galera e,
sob aplausos, deu novo rumo à campanha e, ao mesmo tempo, credenciou-se junto à
militância que com vontade viabilizou sua vitória sobre Wilson Braga, o “favorito”.
O “impossível” aconteceu.
O que vemos hoje, passados 20 vinte anos, é uma reedição
daquilo, de forma diferente, mas com um ator que é a extensão do protagonista
daquele feito. O deputado federal Efraim Filho, desde há muito, declarou-se
pré-candidato a senador e, a partir de então, não tem sossegado um só instante.
Enquanto outros, no afã de receber a bênção do governador, se posicionam
quietos aguardando a unção, Efraim não se aquietou um só instante. Deificado na
vontade de ganhar, se faz onipresente em todo o Estado. Basta abrir as redes
sociais que está lá o homem, no Cariri, no Brejo, no Sertão, no Alto Sertão, no
Curimataú, na Várzea, no Litoral, em todo canto.
Coxo que se diz, esqueceu o cocho do governador e partiu
cedo. O que se vê é Efraim distribuindo verbas para obras em todos os recantos
da Paraíba; inaugurando obras resultado de recursos liberados por sua
intercessão; visitando as bases eleitorais mais distantes, num périplo
incansável que o tem feito conhecido e lhe concedido apoios vários de
prefeitos, vereadores e demais lideranças. Seu nome está feito e isso é o que
lhe basta. Ao governador João Azevedo, resta agora fazer a escolha em sintonia
com a vontade da maioria, baseado no que é demonstrado nas pesquisas
eleitorais. Efraim não está roubando, mas herdando. Filho de gato é gatinho.
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