ODE

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Efraim, filho de gato

Campanha eleitoral só acaba quando termina e eleição só se ganha quando se abrem as urnas. Quem não se lembra da campanha eleitoral de 2002? Naquele pleito, concorriam para o Senado Federal - numa coligação do PSDB com o PFL, que apoiava Cássio Cunha Lima (PSDB) para governador -, o ex-governador Wilson Braga e o então deputado federal, Efraim Morais, ambos pelo PFL. Pelo PMDB, concorria o ex-governador José Maranhão. Eram duas as vagas para o Senado e todos davam como certas as eleições dos dois ex-governadores (Braga e Maranhão).

Fazendo jus à assertiva do início desta matéria, as expectativas foram contrariadas. Faltando poucos dias para a eleição, o então candidato a governador, Cássio Cunha Lima, diante da constatação de um certo marasmo na campanha, convocou uma reunião, em Campina Grande, com toda a militância do Estado. Na ocasião, todos discursaram, mas foi a fala do candidato a senador, Efraim Morais, que empolgou a todos. Num antológico discurso, bem elaborado, apelativo e por demais eloquente, Morais levantou a galera e, sob aplausos, deu novo rumo à campanha e, ao mesmo tempo, credenciou-se junto à militância que com vontade viabilizou sua vitória sobre Wilson Braga, o “favorito”. O “impossível” aconteceu.

O que vemos hoje, passados 20 vinte anos, é uma reedição daquilo, de forma diferente, mas com um ator que é a extensão do protagonista daquele feito. O deputado federal Efraim Filho, desde há muito, declarou-se pré-candidato a senador e, a partir de então, não tem sossegado um só instante. Enquanto outros, no afã de receber a bênção do governador, se posicionam quietos aguardando a unção, Efraim não se aquietou um só instante. Deificado na vontade de ganhar, se faz onipresente em todo o Estado. Basta abrir as redes sociais que está lá o homem, no Cariri, no Brejo, no Sertão, no Alto Sertão, no Curimataú, na Várzea, no Litoral, em todo canto.

Coxo que se diz, esqueceu o cocho do governador e partiu cedo. O que se vê é Efraim distribuindo verbas para obras em todos os recantos da Paraíba; inaugurando obras resultado de recursos liberados por sua intercessão; visitando as bases eleitorais mais distantes, num périplo incansável que o tem feito conhecido e lhe concedido apoios vários de prefeitos, vereadores e demais lideranças. Seu nome está feito e isso é o que lhe basta. Ao governador João Azevedo, resta agora fazer a escolha em sintonia com a vontade da maioria, baseado no que é demonstrado nas pesquisas eleitorais. Efraim não está roubando, mas herdando. Filho de gato é gatinho.





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