Onde nós estamos? Aonde vamos parar? O assassinato cometido por um partidário do presidente Jair Messias Bolsonaro, ocorrido no último sábado (09), estarreceu toda a nação brasileira. O crime, ocorrido em Foz do Iguaçu/PR, deixou-nos a todos aturdidos com o que se prenuncia nessa campanha eleitoral. O policial Jorge José da Rocha Guaranho, que se diz cristão e conservador, invadiu a casa do guarda civil, Marcelo Arruda e o executou com vários tiros desferidos por uma pistola automática. Se atos de violência dessa natureza ocorrem agora, imaginemos quando da intensificação da campanha eleitoral.
O crime que vitimou Marcelo Arruda, que era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores daquela cidade, no dia do seu aniversário de 50 anos, trouxe para nós a reflexão sobre o que é o Brasil de hoje em relação ao Brasil de tempos recentemente passados. Há 34 anos, desde a redemocratização, acontecem eleições presidenciais e nunca, em tempo algum, mesmo em face da natural polarização eleitoral entre o PT e o PSDB, aconteceu algum ato relevante de violência com desfecho fatal. Tudo se restringia ao campo das ideias, com civilidade.
Hoje, não. A intolerância dos partidários do "mito" aflora em rompantes de violência, como o que culminou com o assassinato do petista paranaense. Semana passada, o carro do juiz que decretou a prisão do ex-ministro da Educação foi alvejado com fezes e lama; o próprio presidente da República incita o ódio e a subversão da ordem quando se recusa a cumprir determinações judiciais e é ambíguo na defesa da tolerância. A comemoração do aniversário temático desse guarda civil, dentro de sua própria casa quando, ornamentado com motivos alusivos a Lula e ao PT, foi bastante para causar sua execução sumária.
Esse fato violento não pode nem deve ser analisado de forma isolada. Um alerta tem de ser dado para que a coisa não descambe para algo muito pior. Incentivados por um governo que faz louvores à violência e cultua as armas de fogo, se regozijando disso, temos de estar alertas quanto a esse discurso de ódio, que se respalda num conservadorismo exacerbado, usando, inclusive, o nome de Deus para justificá-lo. Não bastasse isso, os que defendem a violência, culpam a esquerda num tácito esquecimento de que, o próprio presidente, é assaz agressor de mulheres, da imprensa, etc. Onde nós estamos? Aonde vamos parar com esse bolsonarismo que mata?
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