A frase que intitula este texto - extraída de uma das melhores músicas do compositor mineiro, Milton Nascimento - traduz bem o sentimento que me envolve agora. Existem amigos que são como irmãos, fazem parte de nós. Nesse contexto, estava, e sempre estará, o meu querido amigo Roque. Ele era de uma cepa diferente: leal, sincero, talvez o mais fiel de todos os meus amigos. Na sua humildade, Roque nada cobrava, apenas a reciprocidade do seu querer bem.
Viver muito ou viver mais do que as pessoas a quem amamos nos coloca numa situação de provação muito triste. Em que pese não ser muito velho ainda, tenho sofrido muito com a perda de amigos. De alguns, vivos ainda, o sofrimento da perda tem sido menor porque se foram em circunstâncias, que por si só justificam, o que faz a ferida sarar rápido. Porém, outros, os verdadeiros amigos, como Luciana, Aquina, Chota, e agora Roque, o sofrimento é permanente e a lembrança será eterna.
Não entendo porque alguns são escolhidos para ficarem sós. É o que vem acontecendo comigo. A malvada "foice da morte" tem dado uma preferência inexplicável, quando tem ceifado a vida daqueles de quem eu gostava e que gostavam, verdadeiramente, de mim. Essa triste provação nos faz mais fortes quando nos dá a entender que, privar da amizade dos bons, é um privilégio que tem prazo de validade e, a dosimetria, não é estabelecida por nós. Dos maus amigos, nos livramos em vida. No entanto, dos verdadeiros, nem a morte nos separa. Vai em paz, meu amigo Roque!
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