ODE

terça-feira, 18 de outubro de 2022

MEU ADEUS A ROQUE BALBOA

Anos oitenta chegava

E do sudeste da nação,

Chegava junto também

Um jovem com inspiração,

Bailarino, coreógrafo

Grande estilista, fotógrafo

Mostrando uma nova visão.


Mobilizou a cidade

E toda classe juvenil,

Um espaço de arte e dança

Com muita vontade abriu,

Passou adiante os dotes

Ecoou nos holofotes 

A quem procurou serviu.


Tinha uma alma bondosa

Sorria com singeleza,

Na hora que era preciso

Também usava franqueza,

De porte físico franzino

Fogueteiro ou Bailarino

Era Roque, de Princesa.


Mas quis o destino quê

Tudo fosse fatalmente,

E o nosso bailarino

Na pista tranquilamente,

Perambulando de noite

Num estalo, num açoite

Sofresse um grave acidente.


Levado para o hospital

Chegou a ser intubado,

Ventilador em ação

Equipe médica do lado,

Por lá de nada faltava

Nosso paciente estava

Toda hora visitado.


Mas de todas as visitas

Que Balboa recebeu,

Talvez ele nem sentiu

Quando ela a porta bateu,

Entrou sorrateiramente

E calma, tranquilamente

Atroz, brutal, lhe abateu.


Cumpriu aqui sua sina

Com muita simplicidade,

Quando eu ouvir “galopeira”

Vai bater uma saudade

Pois tão bem interpretou,

Agora faça seu show

Nos palcos da eternidade.


Rena Bezerra

18/10/22




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