Anos oitenta chegava
E do sudeste da nação,
Chegava junto também
Um jovem com inspiração,
Bailarino, coreógrafo
Grande estilista, fotógrafo
Mostrando uma nova visão.
Mobilizou a cidade
E toda classe juvenil,
Um espaço de arte e dança
Com muita vontade abriu,
Passou adiante os dotes
Ecoou nos holofotes
A quem procurou serviu.
Tinha uma alma bondosa
Sorria com singeleza,
Na hora que era preciso
Também usava franqueza,
De porte físico franzino
Fogueteiro ou Bailarino
Era Roque, de Princesa.
Mas quis o destino quê
Tudo fosse fatalmente,
E o nosso bailarino
Na pista tranquilamente,
Perambulando de noite
Num estalo, num açoite
Sofresse um grave acidente.
Levado para o hospital
Chegou a ser intubado,
Ventilador em ação
Equipe médica do lado,
Por lá de nada faltava
Nosso paciente estava
Toda hora visitado.
Mas de todas as visitas
Que Balboa recebeu,
Talvez ele nem sentiu
Quando ela a porta bateu,
Entrou sorrateiramente
E calma, tranquilamente
Atroz, brutal, lhe abateu.
Cumpriu aqui sua sina
Com muita simplicidade,
Quando eu ouvir “galopeira”
Vai bater uma saudade
Pois tão bem interpretou,
Agora faça seu show
Nos palcos da eternidade.
Rena Bezerra
18/10/22
Nenhum comentário:
Postar um comentário