Casamento na marra
Manoel Porrondongo nasceu em Princesa, mais exatamente no que
é hoje o Bairro da Várzea. Já na década de 70, resolveu ir embora, com a esposa
e os filhos, para São Paulo. Lá se estabeleceu, criou sua família e, por fim,
ficou sozinho, morando com uma neta.
Essa menina cresceu e se tornou uma moça muito formosa.
Bonita de rosto e perfeita de formas. Helena, de 15 anos de idade, já era
cobiçada por todos e, Porrondongo, morria de ciúmes da neta.
Certo dia, Helena, que quase não saía de casa, teve do avô a
autorização para ir dormir na casa de uma amiga. Passou o fim de semana fora de
casa e retornou na segunda-feira, para alegria de Porrondongo, que já estava
exasperado com a ausência da menina.
Dias depois, Helena começou a se demonstrar diferente.
Triste, pálida, emagrecida e começou a ter crises de vômito e desmaios
constantes. Preocupado, o velho levou-a ao médico. Examinada, constatou-se que
Helena estava grávida. Ante o anúncio, Porrondongo quase caiu de costas.
Aperreado, o avô inquiriu a neta:
- Mas, “Lena”, o que foi que houve, minha filha? Como você
pode ter feito isso comigo?
A menina, aos prantos, relatou ao velho:
- Vovô, é que eu fui para uma balada com uma amiga e lá,
conheci um rapaz com quem dancei a noite toda e, quando dei fé, estava no
apartamento dele, deitada em sua cama. Não sei como isso foi acontecer.
- Quem é esse rapaz? – Inquiriu Porrondongo.
- Eu tenho o telefone dele, vovô – respondeu Helena.
- Pois traga-o aqui. Preciso conversar com ele – Disse o
velho.
Passados uns 15 dias, Helena já com o ventre avolumado,
apareceu o tal rapaz para conversar com Manoel Porrondongo:
- Vovô, esse é Luís – Disse Helena.
- Pois bem, “seu” Luís. Tô sabendo do que aconteceu entre
você e minha neta. Eis o estado dela. E quero saber como é que nós vamos
resolver isso. Lá no Nordeste, quando acontece uma coisa dessas, o rapaz, ou
casa, ou diz porque não casa. E aí... o que você me diz? – Sentenciou o velho.
- Bem, seu Manoel, eu lamento muito o que aconteceu. Faltou
um pouco de cuidado, né? Mas, a gente resolve isso. Eu sou do Ceará, mas moro
aqui em São Paulo faz muito tempo. Sou empresário, sou casado, mas não vou
deixar sua neta desamparada não...
- Como é história? O senhor é casado? Quanta ousadia... –
irritou-se o avô de Helena.
- Calma, “seu” Manoel, calma! – Disse o rapaz, tentando
apaziguar o velho – Veja bem... se for uma menina, logo que nascer eu faço,
para a criança, uma poupança de 2 milhões de reais; se for um menino, eu
aumento para 3 milhões. Agora... se ela abortar...
Sem deixar Luís terminar de dizer, o velho pulou da cadeira e
gritou:
- Você come de novo!
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