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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Lula determina reatamento de relações diplomáticas com a Venezuela

Semana passada, o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, determinou ao futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que proceda ações no sentido de promover o reatamento de relações diplomáticas com a vizinha Venezuela. O rompimento do Brasil com aquele país se deu logo no início do governo de Jair Bolsonaro, sob o pretexto de que a Venezuela era uma propagadora do comunismo na América Latina.

O carimbo para justificar o rompimento deveria ter sido o da “hipocrisia”. É certo que não podemos concordar com o sistema político daquele país quando cerceia direitos individuais e desrespeita as regras democráticas. No entanto, não podemos aceitar que usem dois pesos e duas medidas quando da prática da convivência diplomática no concerto das nações.

Por que o Brasil de Bolsonaro rompeu com a Venezuela e continuou amigo da Rússia e da China, ambas ditatoriais – a primeira de direita e, a segunda, de esquerda? Aliás, a Rússia, é o único país, de alguma importância internacional, que simpatizou com o governo Bolsonaro. A China, na qualidade de maior parceiro comercial do Brasil, não poderia ser relegada ao convívio diplomático. Já a Venezuela, autocrata e socialista, mas, pobre e quebrada, foi punida como exemplo.

Ademais, é sabido ser hoje, o Brasil, o país que abriga uma das maiores comunidades de imigrantes venezuelanos no mundo, e é saber de todos também, não ter, a Venezuela, o poder de influenciar quem quer que seja a rezar pela sua cartilha “comunista”. Pelo contrário, o Brasil sim, poderá trazê-la de volta ao convívio democrático tão repudiado pelos que dela se afastaram. Quando a tônica é a hipocrisia, sua aplicação poupa os grandes em detrimento dos menores.




 

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