Assistindo às propagandas obrigatórias e gratuitas dos
Partidos Políticos, pela televisão, às vezes chego a me irritar com o
descaramento de seus apresentadores: senadores e deputados federais da
República brasileira. Em suas rápidas chamadas, veiculadas em horários nobres
da televisão, esses parlamentares se excedem em se fazer acreditar honestos,
competentes e compromissados com a população. Quem os escuta enrubesce de
vergonha quando dizem exatamente o que não fazem. Ainda bem que esse “dizer”
não surte efeito algum em ninguém, pois, ninguém escuta ou no mínimo presta
atenção.
As propostas deles [dos parlamentares], por inócuas, são as
mais mentirosas e mirabolantes possíveis. Falam em melhorar a Saúde, a
Educação, a Segurança, em cuidar dos interesses do povo, etc. No entanto,
esquecem que estão ali há muito tempo e que, todo ano, repetem a mesma coisa e
ainda concitam os eleitores a se afiliarem aos seus partidos políticos. Fazem
isso com o intuito de fazerem seus partidos grandes para elegerem mais
candidatos e, com isso, aumentarem o seu quinhão no famigerado bolo dos fundos
Partidário e Eleitoral.
O interessante é que, o eleitor – desavisado ou simplesmente
desinteressado –, principalmente aqueles que vivem no interior do País, e que
têm menos escolaridade, não atenta para a verdadeira intenção dos políticos.
Escutam essas propostas, mas não fazem avaliação alguma. É como se todos os que
votam sucumbam a uma letargia que os coloca em total resignação, como se isso
fosse a regra, e não tenha jeito de ser consertado: como que, é assim mesmo e
pronto! E, o pior, é que quando chegam as eleições, a grande maioria do
eleitorado marcha coesa para votar nos candidatos que as “lideranças” locais
apresentam, sem apresentarem nenhum questionamento.
Eu costumava dizer que a desonestidade eleitoral, no Brasil,
começa com o próprio eleitor quando se submete a vender seu voto. Hoje, porém,
tenho outro entendimento> Mesmo dentro da desonestidade em vender seu voto,
o eleitor, pelo menos, se faz honesto quando vota em quem comprou seu voto. É
certo que poderia ser diferente, ou seja: já que se corrompeu em sua
consciência quando auferiu dinheiro em troca do sufrágio, bem que poderia, o
eleitor, receber o dinheiro e votar em quem lhe ditasse a consciência. Mas não,
no mais das vezes, ele [o eleitor] vota em quem o corrompeu. É esse o conceito
de honestidade política no Brasil dos grotões.
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