ODE

quarta-feira, 14 de junho de 2023

O conceito de honestidade política

Assistindo às propagandas obrigatórias e gratuitas dos Partidos Políticos, pela televisão, às vezes chego a me irritar com o descaramento de seus apresentadores: senadores e deputados federais da República brasileira. Em suas rápidas chamadas, veiculadas em horários nobres da televisão, esses parlamentares se excedem em se fazer acreditar honestos, competentes e compromissados com a população. Quem os escuta enrubesce de vergonha quando dizem exatamente o que não fazem. Ainda bem que esse “dizer” não surte efeito algum em ninguém, pois, ninguém escuta ou no mínimo presta atenção.

As propostas deles [dos parlamentares], por inócuas, são as mais mentirosas e mirabolantes possíveis. Falam em melhorar a Saúde, a Educação, a Segurança, em cuidar dos interesses do povo, etc. No entanto, esquecem que estão ali há muito tempo e que, todo ano, repetem a mesma coisa e ainda concitam os eleitores a se afiliarem aos seus partidos políticos. Fazem isso com o intuito de fazerem seus partidos grandes para elegerem mais candidatos e, com isso, aumentarem o seu quinhão no famigerado bolo dos fundos Partidário e Eleitoral.

O interessante é que, o eleitor – desavisado ou simplesmente desinteressado –, principalmente aqueles que vivem no interior do País, e que têm menos escolaridade, não atenta para a verdadeira intenção dos políticos. Escutam essas propostas, mas não fazem avaliação alguma. É como se todos os que votam sucumbam a uma letargia que os coloca em total resignação, como se isso fosse a regra, e não tenha jeito de ser consertado: como que, é assim mesmo e pronto! E, o pior, é que quando chegam as eleições, a grande maioria do eleitorado marcha coesa para votar nos candidatos que as “lideranças” locais apresentam, sem apresentarem nenhum questionamento.

Eu costumava dizer que a desonestidade eleitoral, no Brasil, começa com o próprio eleitor quando se submete a vender seu voto. Hoje, porém, tenho outro entendimento> Mesmo dentro da desonestidade em vender seu voto, o eleitor, pelo menos, se faz honesto quando vota em quem comprou seu voto. É certo que poderia ser diferente, ou seja: já que se corrompeu em sua consciência quando auferiu dinheiro em troca do sufrágio, bem que poderia, o eleitor, receber o dinheiro e votar em quem lhe ditasse a consciência. Mas não, no mais das vezes, ele [o eleitor] vota em quem o corrompeu. É esse o conceito de honestidade política no Brasil dos grotões.



 

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