João Paraibano, um dos maiores poetas brasileiros, executor
da viola, princesense do sítio Pica-pau, filho de Zacarias, e louvado por todo
o Brasil, certa vez, em São Paulo, juntamente com Sebastião Dias, de Tabira/PE,
davam uma entrevista numa Rádio. João Ficaria para um show na capital paulista
e, Sebastião, voltaria para o Nordeste no dia seguinte. Logo na despedida do amigo,
João Paraibano se despediu rimando:
Ao passar em
Afogados
Diga à minha
esposa Bela
Que derramei
duas lágrimas
Sentindo saudades dela
Tive sede e
bebi uma
E a outra guardei pra ela.
Perguntado, pelo entrevistador, como fazia para improvisar
tão bem, o poeta princesense respondeu:
Tem noite
que canto mal,
Mas quando
eu canto feliz
Deus me
mostra o verso pronto
E eu digo ao
povo que fiz
Pois nem
sempre a língua é dona
Das frases
que a boca diz
O entrevistador perguntou a João Paraibano se ele decorava os
versos que fazia. Ele respondeu:
Se alguém
diz um verso meu
Aqui ou
noutro lugar
Escuto mas
não escuto
Vendo a hora
decorar
Temendo
estragar o aço
Da máquina
de improvisar
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