No último final de semana, o presidente Luís Inácio Lula da
Silva (PT), em entrevista concedida a uma emissora de rádio do Rio Grande do
Sul, perguntado sobre o que achava da falta de democracia na Venezuela, saiu
com essa pérola nefasta: “Veja bem, o
conceito de democracia é relativo pra você e pra mim”. Não bastasse o
tapete vermelho estendido para o ditador Nicolás Maduro há poucos meses em
Brasília, vem Lula agora dizer que existe democracia na Venezuela. Já estava
tudo em paz aí vem ele [Lula] reacender a chama da babaquice.
O que ganha Lula defendendo a ditadura de Maduro? Ainda
acrescentou que na Venezuela tem mais eleições do que no Brasil. Eleições
fraudadas, de fachada? Todos sabem que lá as eleições são de cartas marcadas; é
tanto que, no dia seguinte às desastrosas declarações do nosso presidente, Maduro
determinou o embargo dos registros de todos os candidatos a presidente que
fazem oposição a ele. Há poucos anos, o mesmo Maduro recusou-se a assinar uma
carta-documento que pactua pela democracia no continente Sul-americano e, por
isso, a Venezuela foi impedida de integrar o bloco econômico do Mercosul.
Receber o presidente da Venezuela e ter relações diplomáticas
e comerciais com aquele país, vá lá que seja. No entanto, fazer ode ao chefe
daquela ditadura ou tratá-lo como se fora um estadista, tá errado. Mesmo sendo
de esquerda, Lula não pode mais se submeter ao capricho de defender ditadores,
sejam eles de esquerda ou de direita. Ditador é ditador e pronto. Muito menos
relativizar a democracia. É certo que existem vários tipos de democracia, mas
são democracia. Ditadura não, são sempre iguais: tolhem liberdades, torturam,
matam, censuram e, Lula, que acaba de ser eleito, democraticamente, derrotando
um inimigo da democracia, não pode nem deve agir dessa forma.
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