ODE

sábado, 12 de agosto de 2023

O choro de quem não é mais se compara ao choro de quem vai deixar de ser

Vendo a situação por que vem passando a turma do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando investigada pela Polícia Federal, por motivos vários, e sem ter mais o poder de proibir esse tipo de ação, sem a blindagem de que desfrutavam junto a todas as instâncias de poder, isso parametriza com o que começou a acontecer em uma republiqueta do interior da Paraíba. O poder dos bolsonaristas já acabou, porém, o de cá, está nos seus estertores e, por conta disso, os credores de promessas e de dinheiros, estão ávidos em serem ressarcidos com a maior urgência possível.

A notícia que corre, desde ontem (11), em Brasília, é a de que assessores muito próximos ao ex-presidente Bolsonaro negociaram presentes recebidos pelo chefe, e que pertenciam ao patrimônio da União, fazendo dólares e distribuindo entre si, inclusive com o dono da banda. Enquanto isso, a notícia que corre na republiqueta é que o chefe procura fazer reais, através de cheques pré-datados, e ninguém se dispõe a trocá-los, mesmo com a oferta de juros na casa dos 20%. Um desses pretensos credores me confidenciou dizendo: “O diabo é quem arrisca! Quando a esmola é grande, o cego desconfia...”

Há quem diga que as luzes normais estão-se apagando e que, as vermelhas, estão-se acendendo. Ninguém mais, em sã consciência, se dispõe a bancar a prosperidade do reino de camelot sertanejo. Estão todos com a pulga atrás da orelha. Um dos que têm a receber me cochichou baixinho, dizendo que desconfia que um avião que acaba de chegar na cidade faz parte de um plano de fuga de emergência e, temeroso de ser uma das vítimas desse passamento de perna, já começou a pressionar para receber o seu. O poder é belíssimo, contagiante, envolvente e por demais atraente. No entanto, quando ele acaba, os efeitos negativos vêm dobrados. Nesse caso, cabe lembrar a fábula da formiga e da cigarra: Quem trabalhou está tranquilo, mas, quem só cantou, tá pagando pelo malfeito. Por isso é que ainda acredito no lema que diz: “O Futuro é de quem trabalha”.



 

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